O site da revista Veja, em matéria assinada pelo jornalista Valmar Hupsel Filho, traz uma longa matéria sobre o prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE), inclusive som consultas aos especialistas da academia, que tentam explicar a ascendência dessa nova liderança política pernambucana, já tratada na matéria como uma liderança política regional. O DNA do clã familiar Campos\Arraes é remontado, com referências inevitáveis às tradicionais oligarquias políticas do estado, desde as chamadas capitanias hereditárias.
Um dos professores consultados aponta um fator que, no entanto, pode ser determinante na carreira do herdeiro político do ex-governador Eduardo Campos: a capacidade de gestão do jovem prefeito, sem a qual, muito provavelmente, ele não conseguiria esses índices de aprovação, o que o coloca como o maior favorito na disputa das capitais, com 76% das intenções de voto, de acordo com o Instituto Datafolha. De fato, nenhum dos filhos de Arraes, por exemplo, quis seguir carreira política. Coube ao pai de João, Eduardo Campos, neto de Arraes, cumprir este papel, começando por baixo, segurando a pasta do avô quando este participava do corpo a corpo nas feiras de cidades do interior do estado.
Tratamos em nosso perfil da Privacy sobre como o gerencismo - na ausência de um termo mais adequado - e a economia da atenção podem explicar os bons índices de aprovação e de intenção de voto de João Campos. O conjunto de obras na periferia, seguida do caldinho e do almoço de albacora num bar tradicional no Coque, podem surtir efeitos espetaculares nas redes sociais. Aliás, fiquei me perguntando como aquele senhor conseguiu uma posta de peixe daquelas dimensões. Os simbolismos, conforme observa o jornalista, integram a estratégia de comunicação da gestão do prefeito. O pai, embora em outra época, também gostava de alimentar tais simbolismos. Começou sua primeira gestão numa visita à Comunidade da Ilha de Deus, no Recife, que nunca havia recebido a presença de uma autoridade pública.
Um fato que chama a atenção na pesquisa do Datafolha, que aparece na matéria, diz respeito à tendência do eleitorado que se identifica com o PT no Recife. 87% desses eleitores tendem a acompanhar o projeto de reeleição do prefeito, o que significa dizer que podemos concluir que a eventual dissidência - relacionada àquele contingente insatisfeito por não ocupar o espaço da vice na chapa de reeleição - é ínfimo, menor do que imaginávamos. O PT do Recife está com João. Afinal, quem não está com João? Apenas os 7% que desaprovam a sua gestão.
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