À medida em que os prazos para a validade das tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos aos produtos de exportação brasileiros estão se exaurindo, chegamos a duas conclusões: o que, de fato, o Governo de Donald Trump deseja do Brasil e, que, pelo andar da carruagem, não haverá negociação possível. O arranjo envolveria a viabilização de um projeto de extrema direita no país, consoante os interesses econômicos e geopolítico dos americanos no continente. A ideia é fazer Lula sangrar até as eleições de outubro de 2026. A diretriz fica clara quando se percebe, nitidamente, as manobras de determinados agentes no sentido de impedir eventuais negociações. Assim, sem solução para o impasse, eles terão um amplo espectro de responsabilização do Governo Lula 3 pela não viabilização de uma acordo. O que, num determinado momento, em razão dos interesses nacionais, representou um alento em relação à popularidade de Lula, pode ter um efeito adverso.
O Brasil desconfia que aquele famoso guru da extrema direita, assessor do presidente americano, seja a pessoa por trás dessas investidas contra o governo brasileiro. É uma situação surreal. Antes das perseguições impostas contra ele, que acabaram por "cancelá-lo", o sociólogo português, Boaventura de Souza Santos, costumava enfatizar que o Brasil se tornou um laboratório para os experimentos macabros da extrema direita. O revés sofrido pelo bolsonarismo, no bojo da condenação pela tentativa de golpe de Estado, não foi suficiente para eles desistirem do intento. Steve Bannon chegou a afirmar numa ocasião que a gente ainda poderia sentir saudades de Bolsonaro. Lembram disso?
No dia de ontem, 28, estivemos acompanhando um relatório sobre as eventuais consequências para o país em relação à adoção dessas tarifas impostas pelo Governo dos Estados Unidos sobre o Brasil. Não precisamos reafirmar que as expectativas são sensivelmente preocupantes, principalmente para alguns entes federados cuja economia sobrevive de repasses da União e de programas assistencialistas, notadamente em regiões como o Norte e o Nordeste.

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