pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Editorial: Saiu nova pesquisa sobre a disputa pelo Governo da Paraíba



Não poderia deixar de comentar por aqui a nova pesquisa do Instituto Real Time Big Data sobre a disputa pelo Governo da Paraíba. Este editor tem uma lupa focada nas disputas políticas daquele Estado, por razões já expostas em outros editoriais. O atual governador, João Azevedo, do PSB, que concorre à reeleição, mantém sua liderança na disputa pelo Palácio da Redenção. Com Azevedo ocorre alguns fatos curiosos. Sua gestão conta com boa aprovação da população, o que lhes assegura essa liderança nas pesquisas até este momento. 

Azevedo é cria política do ex-governador Ricardo Coutinho(PT-PB), que pavimentou o caminho para ele sucedê-lo no Governo do Estado. Como Ricardo Coutinho, que concorre ao Senado Federal, encontra-se com alguns problemas com a justiça, em torno da Operação Calvário, Azevedo acaba sendo questionado sistematicamente sobre o assunto. Embora sendo o candidato do PSB, Azevedo não conta com o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva, que apoia Vezeniano Vital, do MDB, que, por sinal, não vai muito bem nas pesquisas de intenção de voto, mantendo-se ali num pelotão que disputa ir para um segundo turno, por enquanto, com João Azevedo.  

O candidato ao Senado Federal na chapa de Veneziano é justamente o ex-governador Ricardo Coutinho, ainda possuidor de um grande capital político, o que lhes permite ostentar bons índices de intenção de voto. continua sendo o candidato favorito ao Senado Federal. A disputa está equilibrada e, pelo andar da carruagem política, tudo indica que teremos um segundo turno naquelas eleições, reproduzindo uma tendência nacional à polarização entre um candidato de esquerda e outro identificado co o bolsonarismo. Por esta última pesquisa, o candidato Nilvan Ferreira, do PL, bolsonarista raiz, cresceu significativamente nas intenções de voto, tornando-se o segundo colocado, desbancando o candidato do PSDB, Pedro Cunha Lima. Convém deixar registrado, entretanto, que, a rigor, há um pelotão de empatados tecnicamente. A pesquisa do Real Time Big Data ouviu 1.500 pessoas, no período de 20 e 22 de agosto, encomendada pela Rede Record. TSE\PB: 03455\2022.

João Azevedo(PSB)                     29%

Nilvan Ferreira(PL)                   15%

Pedro Cunha Lima(PSDB)                15%

Veneziano Vital(MDB)                  14%       

terça-feira, 23 de agosto de 2022

Editorial: Pesquisas no Rio e São Paulo não são favoráveis a Lula



Infelizmente, tivemos uma pesquisa de intenção de voto cujos resultados foram impedidos de ser divulgados aqui no Estado, depois que uma coligação entrou com uma ação junto ao TRE-PE, que acatou a solicitação, determinando inclusive outras medidas cautelares. No Brasil, como um todo, hoje foi um dia satisfatório em termos de divulgação de novas pesquisas de intenção de voto. Duas delas, realizadas em dois dos mais importantes colégios eleitorais do país - São Paulo e Rio de Janeiro - não são favoráveis ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Embora Fernando Haddad(PT-SP) mantenha a liderança na corrida pelo comando do Palácio dos Bandeirantes, no plano nacional, Lula foi ultrapassado pelo concorrente Jair Bolsonaro naquele Estado, que é o maior colégio eleitoral do país.

No Rio de Janeiro, o governador Cláudio Castro(PL-RJ), que concorre à reeleição, abre 10 pontos de diferença em relação ao candidato do Psol, Marcelo Freixo, que conta com o apoio de Lula. O avanço de Rodrigo Garcia, em São Paulo, já foi discutido por aqui em inúmeras ocasiões e não seria nenhuma surpresa, conforme antecipamos. Os tucanos ainda possuem um bom lastro eleitoral no seu reduto mais emplumado. Soma-se a isso a melhora nos índices de aprovação da gestão de Garcia que, cedo ou tarde, acabaria se refletindo sobre os índices de intenção de voto.

Lula já andou afirmando que vencer no Brasil e em São Paulo seria consagrador para o PT. A vitória de Haddad seria uma consagração para uma agremiação política que conta, historicamente, com a reticência de uma parcela significativa do eleitorado, principalmente em regiões mais afastadas do perímetro urbano. Ele começou bem e, com ligeiras variações, mantém a dianteira nas pesquisas de intenção de voto, concorrendo com pesos pesados, como um bolsonarista e um tucano do bico fino, com uma larga experiência na máquina estatal. A tendência natural é que tenhamos uma das disputas mais equilibradas do país.   

Editorial: O determinante para a definição do voto evangélico


O cientista político polonês, Adam Przeworski, tornou-se mundialmente conhecido pelos seus estudos sobre os regimes democráticos. Hoje, seus análises políticas estabelecendo uma conecção orgânica entre democracia econômica e democracia política, por razões óbvias, deve ser o tema que mais entusiasma admiradores e estudiosos de sua obra. Num amplo, levantamento envolvendo várias experiências democráticas ao redor do mundo, o cientista político concluiu que, quanto maior a renda per capita da população, menores são as chances de um retrocesso autoritário. Há países onde essas possibilidades são reduzidas a zero.

Mas, ali pelo início de sua trajetória acadêmica bem-sucedida, Adam Przeworski realizou um estudo bastante interessante sobre os aspectos indutores do voto dos eleitores. Quais são as variáveis que determinam o voto do eleitor, a partir de seu perfil pessoal ou expectativas em relação aos candidatos que disputam uma determinada eleição? Ele cita alguns exemplos emblemáticos para subsidiar suas conclusões. O cidadão é  de baixa renda, mora na periferia, usa transporte público, frequenta uma igreja evangélica, tem um filho homossexual, recebe o Auxílio Brasil. O Auxílio Brasil, natualmente, fica por nossa conta. Na época em que Adam realizou seus estudos este auxílio ainda não havia sido criado.   

Qual dessa condição será determinante para a definição do voto deste eleitor? a pauta das políticas econômicas? a moral e os bons costumes do ideário da religião evangélica? os transtornos que ele enfrenta no dia-a-dia para chegar ao trabalho e voltar para casa, mesmo em se tratando de uma eleição presidencial - aqui no Recife há um problema sério com os trens urbanos, que conta com recursos federais? O fato de o futuro presidente reconhecer e ampliar os direitos de minorias como os LGBTQIA+? Essas reflexões vieram à tona depois da matéria que li na revista Veja, escrita pelo consultor e articulista Thomas Traumann, tratando dos descaminhos do PT em relação à questão do eleitorado evangélico, ora não investindo numa articulação específica - que chegou a ser cogitada - ora enquadrando tudo numa agenda de política econômica, quando se sabe que as questões morais e de costumes são mais definidores do voto desse contingente do eleitorado. 

Uma das artífices da diretriz de não tratar este grupo com uma especificidade é a Deputada Federal Benedita da Silva. Como já afirmamos em outros momentos, o PT perdeu o timing em relação a este assunto e parece-nos que pouco coisa possa ser refeita. Enquanto isso, o adversário avança sobre um eleitorado sensivelmente envolvido por uma narrativa de demonizar o petismo, associando-o a práticas diabólicas, de fechamento  igrejas, bem ao gosto do rebanho. Até o aparato tecnológico das fake news estão sendo utilizados com tal finalidade. Não se pode negligenciar um eleitorado que representa 27% do total de eleitores e o PT está fazendo exatamente isso.   

Editorial: Jair Bolsonaro no Jornal Nacional: Ele passou na sabatina.

 


Já havia uma expectativa acerca das questões que poderiam vir a ser formuladas pelos entrevistadores do Jornal Nacional, quando da entrevista concedida pelo presidente Jair Bolsonaro: Relações institucionais do presidente com os outros poderes, principalmente com o Supremo Tribunal Federal; sua relação com o Centrão, tao criticado no passado por membros do próprio governo; o retrocesso nas políticas ambientais, que colocaram o país numa situação vexatória no contexto global; Os problemas relativos ao enfrentamento da pandemia;e, finalmente, aquele que seria o tema mais nevrálgico, o respeito às regras do jogo eleitoral, ou seja, a realização das eleições de outubro próximo, com o consequente  acatamento do resultado das urnas. Contingenciado a pronunciar-se sobre este último assunto, o presidente deixando uma entrelinha preocupante. Acataria seus resultados se, comprovadamente, tais eleições ocorrerem dentro da transparência e forem limpas.  

As denúncias de corrupção no governo, principalmente em ministérios como o MEC também foram enfatizadas por Renata Vasconcelos. Um tema que observei ausente foi a questão do empobrecimento da população brasileira nos últimos anos, onde milhões de brasileiros e brasileiras  foram atirados no limbo da pobreza e da extrema-pobreza. Momentos houve em que, por muito pouco, o presidente nao saiu do script previamente programado pelos assessores. Mas, a rigor, um pouco equidistante das "torcidas organizadas" de ambos os lados, o saldo foi positivo para o presidente Jair Bolsonaro. 

Ele manteve-se contido, evitando os arroubos de outrora, característicos do seu temperamento explosivo. O objetivo, claro, foi o de ampliar o seu lastro eleitoral nesta fase da campanha, onde estratégias estão em curso para melhorar sua imagem junto aos eleitores ainda reticentes. Bolsonaro ainda ostenta 53% de desaprovação junto à população, um escore extremamente preocupante para um projeto de reeleição. O que se pode dizer é que os ajustes políticos introduzidos na conduta do presidente são recentes. Ele ainda carrega o ânus de declarações ou atitudes infelizes do passado, que acabaram, de alguma maneira aflorando durante a entrevista. Sobre tais polêmicas, ora ele negou, ora ele tergiversou sobre o assunto. No geral, apesar da cola - que não foi usada, registre-se - ele passou na sabatina.   

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 22 de agosto de 2022

O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: Fake News é crime



Liderando todas as pesquisas de intenção de voto realizadas até este momento, na condição de candidata ao Governo do Estado de Pernambuco, Marília Arraes, do Solidariedade, por razões, óbvias, tornou-se o alvo dos demais concorrentes ao Palácio do Campo das Princesas. Apontar as contradições políticas de suas alianças, eventuais falhas ou lacunas no seu programa de governo, ausência de experiência no Executivo, tudo estaria dentro do jogo democrático e republicano da disputa. 

O grande problema são as fake news, essa praga de utilizar-se de mentiras como arma política com o propósito de destruir a reputação do adversário. Mal a campanha foi iniciada oficialmente, e elas já começaram a ser disseminadas, tanto no plano federal, quanto no plano estadual, dando a dimensão das encrencas que teremos pela frente. Como já discutimos por aqui em outras ocasiões, num momento de pós-verdade, a mentira passou a ser relativizada e tomar ares de verdade absoluta, posto que conduzida profissionalmente através de expedientes conhecidos, praticamente impedidndo o contraditório.  

Não deixa de ser emblemático o fato de um dos primeitos vídeos produzidos pela campanha da candidata seja no sentido de se antecipar aos eventuais ataques dos adversários através desses expedientes. Na campanha vencida pro Donald Trump,no Estados Unidos, ainda hoje a sua adversário, Hillary Clinton, precisa dar explicações à sociedade americana sobre as mentiras ditas contra ela. Sabe o que isso signfica? Aquilo que relamente importava para o eleitor americano deixou de ser discutido com a sociedade pela candidata.

Sugere-se, como observa a candidata, que seus adversários não desejam discutir proposta para o Estado, mas escudarem-se, através desses procedimentos vis, para não largarem o osso. Aliás, osso mesmo porque o Estado encontra-se no limbo, num quadro de pobreza, fome, desemprego e desinvestimentos. Pernambuco foi o Estado que mais empobreceu no país em 2021. Minha cara Marília, seria muito bem que as suas considerações sobre as fake news parassem por aqui, mas, pelo andar da carruagem política pernambucana, infelizmente, não seria improvável que você precise retomar esse assunto.   

Charge! Duke via O Tempo

 


Editorial: O que Bolsonaro dirá no Jornal Nacional.


Como bem observou o consultor e articulista de Veja, Thomas Traumann, no site da revista, a entevista de hoje, no Jornal Nacional, com duração prevista de 40 minutos, pode ser decisiva numa eleição. O analista enfatiza que tal entrevista possue algumas particularidades que a diferem sensivelmete da propaganda eleitoral gratuita, transmitida pelo Rádio e a Televisão. Na bancada do JN é ao vivo, sem direito a edições. Um tropeço aqui, um escorregão ali, uma fala mal interpretada pelos milhões de ouvintes do telejornal pode signficar algo capaz de produzir um estrago sem tempo hábil para corrigir. 

A assessoria do candidato, sabedora dessas nuances, teria aconselhado a ele orientar-se por algumas diretrizes específicas, inclusive aconselhando-o a um treinamento. Ele teria concordado com as recomendações, mas dispensou o treinamento. Existe algumas indisposições evidentes entre o presidente e a Rede Globo e o temor é que isso possa aflorar, de alguma forma, durante a entrevista. Jair Bolsonaro, como se sabe, é um sujeito imprevisível.

Nesta fase da campanha - onde ele vem recuperando terreno - seus assessores agem em duas frentes. A primeira dela é o aconselhamento ostensivo para que ele evite fazer declarações polêmicas, em contraposição às urnas, à demcoracia e ao STF. Numa outra frente, eles constróem uma espécie de ponte com atores e poderes como o TSE, com o objetivo de diminuir a temperatura em relação ao Executivo. A recomendação dos assessores seria a de que ele tente focar nas conquistas do seu governo,mas, ele teria dito que não tem como deixar de falar nos escândalos do PT durante os governos da coalizão petista. Só mesmo sentando no sofá logo mais, para acompanhar a sua entrevista, a primeira de uma série com os candidatos que concorrem ao Planalto nas próximas eleições. 

Editorial: Convém não abusar da paciência da Justiça Eleitoral.



Ontem, através de seu perfil numa das redes sociais, um antigo professor de Filosofia se questionava se já não seria o momento de adotar medidas contra os empresários que criaram um grupo de Whatsapp para defenderem, sem delongas, um golpe de Estado caso o presidente Jair Bolsonaro perca as eleições de outubro. Já repercutimos por aqui que um deles teria afirmado que prefere mil vezes um golpe à volta de Lula ao poder. Não temos dúvidas de que o STE está atento a essas falas, claramente em contraposição ao respeito e acatamento dos resultados das eleições, e, sobretudo, contra as instituições da democracia. 

Não se trata de uma pregação isolada. O grupo é forte e barulhento, financiador de candidados afinados com seus ideais e grupos de propagação de seu ideário pelas redes sociais. Legalmente existira elementos para acionar esses pregadores do retrocesso político e do autoritarismo,mas, até nestes aspectos, a moderação e a prudência política talvez seja o melhor caminho, como, possivelmente, a chapa de Bolsonaro não será cassada, conforme solicitada pela PDT, de Ciro Gomes, assim como Lula ainda não será punido por ter chamado Bolsonaro de genocida. 

Bolsonaristas também estão afirmando que Lula fechará igrejas evangélicas caso seja eleito. Quando essa enchurrada de equívocos chegam às autoridades competentes, eles precisam fazer um julgamento correto, ponderado, observar as reincidências ou talvez concluir que é necessário frear o processo, evitando um mal maior. Como observou - ou advertiu - o Minsitro Alexandre de Moraes, a Justiça Eleitoral vai deixar o jogo ser jogado dentro das regras estabelecidas e intervir o mínimo possível. Mas, convém não abusar da paciência do ministro, que também afirmou que será rigoroso quando precisar tomar alguma medida.  

Editorial: Em pesquisa do Instituto FSB, Jair Bolsonaro diminue a diferença para Lula

Crédito da foto: Alan Santos\PR - Ricardo Stuckert\PR


Enquanto este editor escreve essas linhas, o presidente Jair Bolsonaro(PL) deve estar se preparando para a entrevista que concederá logo mais ao Jornal Nacional. Esta entrevista está sendo cercada de preparativos, por parte de sua assessoria, para que o candidato não cometa algum deslize que possa comprometê-lo na campanha. Logo saberemos se ele irá controlar os nervos e manter o sangue frio diante de uma bancada que costuma entrar em temas nevrálgicos e controversos. Embora ainda não seja considerado o desempenho ideal pelo seu staff politico, não se pode dizer que Jair Bolsonaro não enfrenta um bom momento na campanha. 

Gradativamente, ele avança sobre o adversário, mesmo que através de medidas, como este tal Pacote de Bondades(PEC Kamikaze), que representa uma clara irresponsabilidade fiscal. Mas, enfim, está posto, os benefícios estão sendo pagos e não haveria como isto não ter reflexo sobre as eleições de outubro. Contas públicas, irresponsabilidade fiscal, teto de gastos isso é coisa de jornalistas, cientistas políticos, sociólogos e economistas. Para os quase 300 mil taxistas que receberam, em suas contas, através de Pix, o valor de mil reais, isso diz muito pouca coisa. Para os caminhoneiros, igualmente, sobretudo com a queda do preço dos combustíveis, que anda puxando a inflação para baixo. 

A julgar pela pesquisa divulgada no dia de hoje, aos poucos os dividendos eleitorais estão sendo colhidos pelo governo. Lula parece ter chegado ao seu teto, mantendo uma constante estabilidade. Jair Bolsonato ainda ostenta um alto índice de rejeição, o que se constitue num grande problema para o seu projeto de reeleição. Acima de 40%, de acordo com os analistas, ninguém renova o contrato de locação do Palácio. Ele pode até levar a eleição para um segundo turno, mas não passaria disso. O dados da pesquisa do Instituto FSB repercutiu na coluna Radar, da revista Veja, sob a responsabilidade do jornalista Robson Bonin. A pesquisa foi realizada no período de 19 e 21 de agosto, ouviu 2000 eleitores e está registrada no TSE\BR: 00233\2022


Luiz Inácio Lula da Silva(PT)           45%

Jair Bolsonaro(PL)                      36%  

Charge! Via Folha de São Paulo

 


domingo, 21 de agosto de 2022

Editorial: A batalha pelo eleitorado de baixa renda.



Há uma expectativa, não sem algum motivo, de que o pagamento do Auxilio Brasil possa produzir uma grande diferença no comportamento do eleitorado em relação ao presidente Jair Bolsonaro(PL). Neste primeiro momento, o auxílio está sendo pago para cerca de 20 milhões de beneficiários em todo o Brasil, mas, por algum motivo, não seria desse contingente que o presidente estaria conseguindo angariar alguns pontinhos preciosos na melhoria de sua avaliação e, consequentemente, nas pesquisas de intenção de voto. A batalha dos candidatos pelo eleitorado de baixa renda tornou-se matéria da revista Veja desta semana.  

Pesquisas mais específicas já conseguiram observar que segmentos desse eleitorado não mudaria seu voto em razão do recebimento do benefício, assim como muitos ainda o associam ao antigo Bolsa Família e, portanto, ao ex-presidente Lula. Os dividendos eleitorais colhidos por Bolsonaro depois do pacote de bondades vem mesmo, segundo analistas, dos efeitos da redução preço dos combustíveis e a distribuição de vales para os motoristas e caminhoneiros. Para alguns observadores, Lula já teria atingido o seu teto, ou seja, para este primeiro turno, ele não ultrapasaria a barreira dos 47% das intenções de voto, ressalvada a margem de erro, naturalmente. Vamos aqui colocar dois pontos para mais ou para menos, que se trata da média dos institutos de pesquisa. 

Jair Bolsonaro ainda tem margem de crescimento, mas suas taxas de rejeição continuam bastante elevadas, o que se constitui num grande obstáculo. Ambos ainda possuem uns nichos eleitorais consolidados. Lula tem dificuldadess com o eleitor evangélico, na mesma proporção das facilidades do adversário. O eleitorado pobre, aquele que se situa abaixo de dois salários mínimos, por razaões históricas, possuem uma identificação maior com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um dos objetivos desse pacote de bandades seria o de atingir o adversário em seu reduto mais renhido: o eleitor pobre, residente em regiões como o Norte e Nordeste, onde se concentra a maioria dos beneficirários do Auxílio Brasil. Por enquanto, o canto da sereia ainda não foi suficiente para sensibilizá-los. 

Editorial: As fake news estão voltando! E em algum momento eles foram embora?




Conhecedores de que o eleitor evangélico é um dos grandes trunfos do candidato Jair Bolsonaro nessas eleições presidenciais, os bolsonaristas tentam impedir a penetração do candidato Lula neste segmento eleitoral específico, que representa 26% do eleitorado como um todo. Se as estratégias utilizadas estivessem dentro de um contexto republicano e não ferissem as regras estabelecidas para eleições de outubro, tudo muito bem. O grande problema é que alguns dos expedientes utilizados são vis, abjetos, política e socialmente execráveis, como o emprego da mentira como arma política, através da disseminação de fake news. 

A mentira, alguém coerentemente estava lembrando, sempre existiu na política. Coube ao Ministro da Propaganda Nazista, Joseph Goebbels, digamos assim, profissionalizá-la como arma poderosa para transformar mentiras em verdades absolutas. Talvez nunca tenha sido tão utilizada como hoje, com o apoio tecnológico que dispõe para a sua propagação, através de dispositivos como os disparos de  Zaps. Mesmo com o rigor utilizado pelo TSE, através do ministro Alexande de Moraes, criticando, coibindo e punindo essas práticas e seus infratores, elas continuam existindo, como esta tentativa de queimar o filme de Lula junto aos avangélicos, informando que ele fecharia as igrejas caso seja eleito.  

Numa sociedade como a nossa, onde as pessoas acreditam em "Perna Cabeluda", vocês não imaginam os danos que tais práticas possam produzir em termos pessoais, institucionais e coletivos. A tal perna cabeluda foi uma fake news do passado, disseminada no Estado de Pernambuco há algumas décadas atrás. Um repórter que fazia a cobertura na rua foi convidado a entrar no ar com alguma matéria e, na ausência de uma assunto pautado, inventou tal estória. No dia seguinte, havia centenas de pessoas que haviam visto tal perna cabeluda, apanhado dela e coisas e tais. Tivemos um retrocesso civilizatório terrível nos últimos anos, com o comprometimento do nosso tecido social, democrático e institucional. Reputações são atiradas na lata de lixo de uma hora para outra através desses expedientes.  

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 20 de agosto de 2022

Editorial: Os segredos e dissimulações do eleitor mineiro

 


Há pouco li um artigo bastante interessante sobre o comportamento do mineiro, dado a segredos e dissimulações. O artigo, escrito pelo jornalista Marcelo Tognozzi, narra alguns episódios interessantes envolvendo essa característica de comportamento do povo mineiro, em alguns casos, com reflexos nas eleições, embora o autor faça remissão à literatura do cronista Fernando Sabino, entre outros autores, para reforçar seus argumentos. Minas Gerais, de fato, é um Estado emblemático, tornando-se estratégico numa eleição presidencial. Quem tem problemas ali acaba se complicando no geral.  

Neste aspecto, como observa o autor, o eleitor mineiro ainda é uma esfinge a ser decifrada pelos candidatos. EM tese, o atual governador Romeu Zema,do Avante, que é candidato à reeleição, como ja discutimos numa outra ocasião, faz o jogo certo ao não se comprometer nas eleições presidenciais, pois sabe que poderia ter o apoio do eleitor de Lula, assim como do eleitor de Jair Bolsonaro. E ainda fica bem na fita, pois mantém a ética e a coerência de apoiar o candidato do seu partido, D'ávila. 

Existe, de fato, uma probabilidade de ele vir a ser reconduzido ao Palácio Tiradentes. Afinal, tem a aprovação de sua gestão pelo eleitor de Minas Gerais. Por outro lado, essa dissimulação do eleitor mineiro constitue-se num grande problema. Salvo melhor juízo, pelo menos 50% deles afirmam que poderiam mudar de voto. Isso soa como música para o candidato do PSD, Alexandre Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte. Hoje o Instituto Real Big Time Data publicou mais uma pesquisa sobre intenções de voto naquela praça, onde a diferença entre Zema e ele caiu sensivelmente, embora ainda seja significativa, ou seja , 12 pontos. Quando o seu nome é associado a Lula, no entanto, ele inverte as posições. Vai a 41% e Zema cai para 36%. A pesquisa foi realizada no período de 16 a 18 de agosto, ouviu 1500 eleitores, a margem de erro pe de 3 pontos percentuais para mais ou para menos e está registrada no STE\MG: 00461\2022.

Romeu Zema 46%

Alexandre Kalil 34%

Editorial: Bonita a festa do PT no Vale do Anhangabau

 


Muito concorrida o evento do PT organizado no Vale do Anhangabau, em São Paulo. Concorrido não apenas em razão do grande público que afluiu ao local, mas também em razão da presença de algumas figuras de proa da esquerda brasileira. Dilma Rousseff, Fernando Haddad, Boulos, Chico Pinheiro, André Janones, Márcio França. Familiarizado com o microfone, Francisco Pinheiro deu um show a parte durante o evento. Um dos momentos mais emblemáticos, porém, foi um diálogo estabelecido entre Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff, que sofreu um processo controverso de impeachment em 2016. Imagina se Lula perderia a oportunidade de inocentá-la em público, quando até seus algozes já reconheceram que ela seria "honestíssima" e que teria perdido o cargo em razão da ausência de diálogo com o Legislativo. 

Lula, em razão de sua grande amizade com a ex-presidente,  é um pouco suspeito para falar do assunto, mas diversas autoridades da República, direta ou indiretamente, já reconheceram a injustiça cometida contra a ex-presidente. Lula, movido pelas crircunstâncias políticas , acabou se reaproximando de figuras que estiveram no epicentro do afastamento da ex-presidente. Em razão deste fato, Dilma Rousseff, em certo momento, encontrou um clima um pouco equidistante na campanha. Alguém chegou a sugerir que seus pronunciamentos públicos sobre determinadas figuras poderiam travar a abertura que o PT estava tentando concretizar. 

Dilma não é muito de oferecer a outra face e, até recentemente, respondeu de forma veemente a um dos principais artífices do seu impeachment, a quem, indevidamente, entregou a articulação política do seu governo. Raposa felpuda da política, o caboclo acabou foi apunhalando-a pelas costas, numa traição vil, associando-se aos seus algozes nas tessituras que acabaram par afastá-la do poder. Ela não teria essa capacidade de engolir sapos em razão dos interesses políticos em jogo. Viva Dilma Rousseff!

Editorial: Ainda a polêmica no PT sobre o eleitor evangélico.



Essa relação do PT com o eleitorado evangélico é algo que não deve sair do divã pelos próximos anos. Sim, eu disse "anos" e não "meses", posto que tal discussão deve extrapolar as próximas eleições presidenciais de outubro. Embora seja um eleitorado expressivo - e barulhento, registre-se - talvez a Deputada Federal Benedita da Silva tenha lá suas razões ao recomendar que Lula deva tratar esse eleitorado de uma forma genérica - como qualquer outro grupo de eleitores - não o distinguindo como um grupo específico. 

Naturalmente, não são todos dentro da equipe de assessores ou partidários de Lula que concordam com esta tese. Há aqueles que, inclusive, estariam recomendando ao candidato realizar lives específicas para atingir esse eleitor, frequentar os cultos de orações e coisas assim. Afinal, eles representam 26% do eleitorado brasileiro, segundo dados da Justiça Eleitoral. Há diversas postagens nossas tratando deste assunto e sentimos, aqui, a preocupação de não nos tornarmos repetitivo. 

Infelizmente, não há muito o que o PT possa fazer em relação a isso, sobretudo neste momento. O PT, num grave descuido, perdeu contato com essa base eleitoral e pronto. Isso não se reconstrói em curto prazo. Talvez esse seja o raciocínio estabelecido por Benedita da Silva, ao analisar, friamente, a situação. No passado, o PT cuidou melhor dessa relação. Havia núcleos partidários específicos, coordenados por "crentes" que atuavam no partido.  

Editorial: "Prefiro um golpe mil vezes do que a volta do PT ao poder".



Esta frase foi dita por um empresário da extrema-direita, no contexto político das eleições presidenciais de outubro próximo. Outras expressões - não menos preocupantes - foram reveladas recentemente, partindo de uma elite empresarial de pensamento dito liberal, que se identifica com o apoio ao governo, colaborando financeiramente para a manutenção do atual mainstream, seja apoiando candidatos, seja patrociando plataformas midiáticas que se identificam com o atual projeto de poder. 

O clima político atual não é de calmaria. Teremos tempos nebulosos pela frente sem a menor dúvida. Impossível uma campanha política ocorrer sem turbulências nas atuais circunstâncias de crise institucional. A campanha de 2018 foi vencida por Jair Bolsonaro com uma narrativa antipetista, ancorada nos casos de corrupção nos Governos da Coalizão, revelados no bojo da Operação Lava-Jato. Por aquela época - possivelmente ancorada em pesquisas - os analistas políticos concebiam que, para chegar ao Planalto, o candidato de oposição teria que construir uma narrativa antipetista. 

Nesta esteira Jair Bolsonaro foi eleito presidente do país, até mesmo com o apoio de certos setores da mídia, que deram uma mãozinha, disseminando grampos ilegais.  Esta narrativa, ao longo dos anos - e de algumas contradições, como os casos de corrupção num governo que preconiza estar imune a isto -diluiram sensivelmente tal narrativa, mas ela continua ainda presente no imaginário popular. Com o início da campanha pelo rádio e pela televisão, certamente, isso tende a voltar com toda força, a julgar pelas "preocupações" dessa elite empresarial de ultra-direita e golpista. 

Editorial: Lula não vai à série de entrevistas da Jovem Pan



Na próxima semana, num dos seus jornais verpertinos, a emissora de rádio Jovem Pan estará dando início a uma série de entrevistas com os candidatos que concorrem à Presidência da República nas eleições de 2022. Ciro Gomes, do PDT, Jair Bolsonaro, do PL, e Simone Tebet, do MDB, confirmaram presença, mas Lula já comunicou que que não irá ao encontro, o que provocou um verdadeiro tsunami nas redes sociais ligadas ao bolsonarismo com chacotas e piadas em torno do assunto, acusando o petista de medroso e fujão, para ficarmos nos adjetivos publicáveis. 

Na condição de candidato que lidera todas as pesquisas de intenção de voto realizadas até este momento, com escores que o permitem vencer as eleições presidenciais deste ano ainda no primeiro turno, deixar de participar de um evento desta natureza, naturalmente, traz algum prejuízo, sobretudo em razão da exploração que os concorrentes possam fazer em relação a esta atitude. Como observou o jornalista da Rede Bandeirantes, Fernando Mitre, uma cadeira vazia sempre representa algum dano para o candidato. Por vezes até menor do que se ele comparecesse, mas sempre um dano. 

Talvez seja esse o cálculo da assessoria política do candidato Lula. Quem acompanha o blog sabe de nossa opinião sobre o assunto. Tenho aqui anotada, na minha mesa de trabalho, uma agenda com todas a programação de debates e encontros previstos até este momento. É a primeira agenda que consulto pela manhã. Dia 22\08, segunda-feira, entrevista de Jair Bolsonaro no Jornal Nacional, cercada de mistérios e até preparativos para o candidato não perder a compostura diante das perguntas da banca. Dia 28\08, o debate da Rede Bandeirantes, desta vez com a confirmação de todos os convidados. Dia 09\09, o debate da Rede Tambaú, com os candidatos que concorrem ao Governo da Paraíba. 

Mas, concretamente falando, a emissora que o convidou, nos últimos anos, tem se notabilizado por assumir um perfil conservador - ou direitista, como preferem alguns - e a expectativa é que o petista fosse 'massacrado". Dificilmente seria uma entrevista conduzida dentro de um parâmetro republicano, com aquela isenção necessária. Neste contexto, se entende a recusa do candidato em comparecer àquela série de entrevistas. Em condições 'normais' seria uma bola fora, mas, diante de tais circunstâncias...   

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Charge! Duke via O Tempo

 


Editorial: Lula amplia o diálogo com atores politicos estratégicos nesta fase da campanha



Este editor foi informando que a equipe do candidato Luiz Inácio Lula da Silva teria solicitado uma pesquisa interna com o objetivo de analisar os efeitos de programas como Auxilio Brasil junto aos eleitores. Não deixa de ser curioso o fato de que parcelas dos que recebem o benefício ainda o associam ao antigo Bolsa Família e, portanto, ao ex-presidente Lula. Crescer junto a este eleitorado - que recebe abaixo de dois salários mínimos - ainda é uma preocupação do staff político do presidente Jair  Bolsonaro, que avança num ritmo bem mais expressivo junto a outros segmentos do eleitorado, inclusive entre aqueles que ganham entre dois e cinco salários mínimos. A queda do preço dos combustíveis pode estar rendendo mais dividentos eleitorais para o presidente do que o pagamento do benefício.  

Embora não haja dúvidas de que esse derrame de recursos junto a 20 milhões de eleitores, neste primeiro momento, venha produzir dividendos eleitorais, eles ainda são dúbios e incertos. 57% dos beneficiários não associam, organicamente, o voto ao recebimento do benefício. O eleitor evangélico é outro grande dilema para o PT, mas se trata de uma guerra perdida para o adversário, que nada de braçadas entre o rebanho. Como discutimos num outro editorial tratadno do assunto, o PT perdeu visgo junto a alguns segmentos do eleitorado, entre eles os avangélicos. 

Ainda mantendo uma dianteira que lhes assegura até mesmo uma vitória no primeiro turno, o morubixaba petista amplia seu diálogo com apoaiadores que podem ser úteis neste momento, como a ex-Ministra do Meio-Ambiente, Marina Silva. Assim como André Janones - que pediu e foi atendido no tocante à continuidade do Auxilio Brasil e sua ampliação para as mães solteiras - Marina teve ter uma pauta para apresentar a Lula, mas, convenhamos, diante do desastre das políticas atuais para área de meio-ambiente, não será difícil eles construírem um consenso em torno do assunto.  

Editorial: Fernando Haddad amplia vantagem em São Paulo.



Em São Paulo, o jogo da disputa presidencial está bastante equilibrado entre Jair Bolsonaro(PL) e Luiz Inácio Lula da Silva(PT). Ambos estão tecnicamente empatados no maior colégio eleitoral do país. Naquela quadra, historicamente, existe um eleitorado refratário ao Partido dos Trabalhadores, assim como um eleitorado fiel ao tucanato. Há décadas São Paulo tornou-se o ninho mais emplumado dos tucanos, daí se entender a recuperação dos índices de intenção de voto de Rodrigo Garcia(PSDB-SP) nas últimas pesquisas. A série histórica das pesquisas realizadas por alguns institutos confirmam este fato, embora, nesta última, do Datafolha, ele não demonstre o mesmo desempenho. 

Talvez como reflexo da polarização que ocorre no plano da disputa presidencial, vem se desenhando, no Estado, um afunilamento entre dois candidatos, um apoiado pelo presidente Bolsonaro(PL), Freitas, e outro apoiado por Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Haddad(PT-SP). O PT nunca esteve tão bem numa disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. Fernando Haddad saiu na frente e todas as hipóteses era de que ele não reunisse fôlego na reta final da disputa, em razão do eleitorado antipetista. Ele ainda ostenta a maior rejeição entre os concorrentes: 30%. A rigor, a campanha está apenas no seu começo, não sendo prudente se falar em "reta final". 

Ainda é muito cedo para se tirar conclusões definitvas apenas com uma pesquisa, mas, a rigor, pelo menos por essa última Datafolha, Haddad, na realidade, demonstra não apenas fôlego, mas um pique de estabilidade, ampliando sua vantagem sobre os adversários na disputa. Se reunirá condições de manter tal performance até o dia 02 de outubro é uma outra discussão. Caso mantenha tal desempenho, Fernando Haddad poderá tornar-se uma peça-chave de Lula no maior colégio eleitoral do país, onde o morubixaba petista, como disse antes, enfrenta dificuldades. 

Fernando Haddad              38%

Tarcísio de Freitas          16%

Rodrigo Garcia               11% 

Editorial: A "guerra" de Bolsonaro no Jornal Nacional


É sempre bom que o homem público possa dar satisfações dos seus atos à população. Aliás, trata-se, na realidade, de uma obrigação. Não participar de encontros, debates e entrevistas pode passar um atestado de que ele não tem respeito pelo público ou súditos que ele comanda. No último dia 17\08, um debate entre os concorrentes ao Palácio da Redenção - sede do Governo do Estado da Paraíba - foi cancelado por um ardil inusitado. Alguns dos próprios candidatos combinaram entre si não participar do debate, obrigando a rede de televisão a suspendê-lo. 

Estava tudo anotadinho no meu caderninho e, para mim, também foi uma grande decepção. Aguardo, com grande ansiedade, o dia 22, segunda-feira, quando será realizada a primeira entrevista de uma série com os candidatos ao Palácio do Planalto que o Jornal Nacional  realiza, neste primeiro momento, ouvindo o  presidente Jair Bolsonaro. No início, ele chegou a cancelar a entrevista, mas acabou sendo demovido da ideia e confirmou presença. O pior não é nada. 

Segundo informações da Coluna Radar, da Revista Veja, editada por Robson Bonin, há alguns assessores que ainda defendem a tese da não ida dele ao Jornal Nacional. Por outro lado, ainda na mesma matéria, consta a informação de que o presidente pretende travar uma verdadeira "guerra" de 40 minutos com a bancada de entrevistadores. Para tanto, está tomando todas as precauções possíveis para se esquivar de perguntas capciosas, cujas respostas poderiam comprometê-lo, como a questão das urnas eletrônicas, por exemplo. Aqui torcendo que ele não desiste de última hora. 

Editorial: Pelo Datafolha, Lula ainda pode vencer no primeiro turno.



No dia de ontem  formou-se uma grande expectativa em torno da pesquisa de intenção de voto do Datafolha. Como afirmamos em editorial anterior, o Datafolha, em razão da espertise e credibilidade adquirida ao longo dos anos de atuação no mercado, tornou-se uma referência em pesquisas dessa natureza. É sempre um parâmetro ou balisamento para os demais institutos, para os especialistas e para os formadores de opinião. Pode-se até não gostar dos seus resultados - como os bolsonaristas, neste momento, que passaram a apelidar do instituto de DataLula - mas é impossível ignorar os seus números. 

Essa expecatativa tornou-se impaciência, uma vez que a pesquisa só foi divulgada no período da noite, sob alguns protestos nas redes sociais. A grita dos bolsonaristas diz respeito à constatação de Bolsonaro não ter crescido dentro das pretenções que eles almejavam. A pesquisa do Datafolha mostra que Bolsonaro cresce nos indicadores de intenção de voto, assim como em relação à avaliação do seu governo, que, aliás, são indicadores bem relacionados. Se há uma melhora nos indicadores de avaliação é quase certo que isso se reflita nos índices de intenção de voto. 

O Datafolha também questionou os eleitores sobre a credibilidade das afirmações do presidente Jair Bolsonaro. Melhor seria entender se tais afirmações estariam influenciado ou não - ou até que ponto - os eleitores a votarem ou não no candidato, porque, aí então, teríamos uma avaliação, por exemplo, dos arroubos de negacionismo eleitoral. Na nossa modesta avaliação, o questionamento sobre se o eleitor acredita ou não nas afirmações do presidente, não acrescenta muita coisa do ponto de vista de uma análise no que concerne a intenção de voto. 

Que a melhoria dos indicadores econômicos estão tendo uma influência sobre o voto do eleitorado, isso parece não haver dúvida. A grande questão que se coloca é se haveria tempo para a campanha de Bolsonaro virar esse jogo até o dia das eleições. Lula, por sua vez, mantém a resiliência nas intenções de voto, a despeito das dificuldades que enfrenta nesta fase da campanha. Muita calma nesta hora, principalmente porque ele não tem a caneta. O crescimento de Bolsonaro se dá, de forma mais efetiva, entre os eleitores que recebem acima de dois salários mínimos, o que pode significar que os efeitos do Auxílio Brasil sobre o voto não sejam, assim, "devastadores" para o petista. A pesquisa do Datafolha foi realizada no período de 16 a 18 de agosto, ouviu 5744 pessoas, em 281 municípios, com margem de erro de 2 pontos para mais ou para menos. 


Lula                 47%

Bolsonaro            32%

Ciro Gomes           7%

Simone Tebet         2% 

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Editorial: Atenção, ministro. Começou a circular uma deepfake sobre os números IPEC



Ainda no aguardo dos números do Datafolha, que estão programados para sair no dia de hoje. Não entendo porquê da demora na divulgação de dados que são aguardados com tamanha expectativa pelos eleitores brasileiros. Deveriam ser divulgados logo cedo, para que pudéssemos comentá-los durante o dia. Em política acontece algumas coisas curiosas, como um debate - que também aguardávamos com grande expectativa - que havia sido programado para o dia de ontem, organizado pela TV Master, entre os candidados que concorrem ao Governo da Paraíba. 

Através de um acordo entre os concorrentes, que decidiram não comparecer, precisou ser cancelado pela emissora. Firmaram um acordo em detrimento do interesse dos eleitores. Fazemos aqui a ressalva de que não conhecemos, entre os concorrentes, quem teria concordado com a manobra, assim como isentamos aqueles que não compactuaram com a mesma. Repercute imensamente nas redes sociais um momento de perda de controle emocional do presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, que tentou tirar o telefone de um Influencer que o filmava na saída do Palácio do Planalto. 

No incidente, o Influencer teria dirigido algumas palavras agressivas contra o presidente e feito uma brincadeira com a sua relação com o Centrão. O episódio, por motivos óbvios, alcançou grande repercussão nas redes sociais. Outro fato que está repercutindo bastante é uma deepfake relativa ao Jornal Nacional onde o presidente Jair Bolsonaro aparece à frente do candidato Luiz Inácio Lula da Silva. A referência é uma pesquisa do IPEC, até recentemente repercutida por aquele jornal, com os números sobre a corrida presidencial, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera. Atenção, ministro. 

Editorial: Lula tenta ajudar o campanheiro Alexandre Kalil.

Crédito da foto: Lula e Alexandre Kali - Ricardo Stuckert


Além de ser o segundo colégio eleitoral do país, o Estado de Minas Gerais produziu alguns "simbolismos' em termos de campanhas presidenciais. Quem vence em Minas Gerais, geralmente, passa a ocupar a cadeira de presidente no Palácio do Planalto. Quem perde em Minas, acaba adiando tal projeto. Não deve ter sido por acaso que os dois mais bem-sucedidos concorrentes à Presidência da República, Jair Bolsonaro(PL) e Luiz Inácio Lula da Silva(PT), optaram por dar o ponta pé do início oficial da campanha eleitoral por aquele Estado. 

Cercado por um grande esquema de segurança, o candidato do PSD ao Palácio Tiradentes, Alexandre Kalil, aguarda Lula para um grande comício em Belo Horizonte. Como se sabe, a situação de Kalil nas pesquisas de intenção de voto não é das melhores. Coincidentemente, piorou depois que seu nome passou a contar com o apoio do ex-presidente Lula. Essa capacidade de Lula em transferir votos vem sendo posta à prova em diversas praças pelo país e nem sempre tem se mostrado exitosa. O fato de ele ter caído nas pesquisas pode ser uma mera casualidade, pois quando seu nome aparece associado a Lula ele cresce sensivelmente. É bom, no entanto, entender que, por alguma razão, nem sempre esses escores se "materializam".  

A gestão do atual governador, Romeu Zema, do Avante, é bem avaliada pela população mineira e isso pode fazer toda a diferença em seu projeto de reeleição. Na melhor hipótese, ele chega a 48%, na pior hipótese, a 40%. Em ambos os casos, possui escores para almejar uma reeleição. Em Minas, parece que está se repetindo um fenômeno que já ocorreu em outras eleições presidenciias, ou seja, o eleitor faz sua escolha local e tal escolha, não necessariamente, converge com a sua escolha no plano das eleições presidenciais. 

No passado, tivemos um "Dilmasia" - uma junção de Dilma Rousseff, para a presidência, e Antonio Anastasia, para o governo - e, agora, poderemos ter o Luzema, ou seja, Lula para presidente e Romeu Zema para o Palácio Tiradentes. Em todo caso, restam poucas alternarivas ao ex-prefeito Alexandre Kalil e ele ainda conta com o trunfo de conseguir levar Lula para a praça pública, pois concorre num dos colégios eleitorais mais importantes do país. Neste contexto, fico imaginando como seria trazer Lula para os palanques nordestinos neste estágio da campanha. 

Editorial: Bolsonaro recupera terreno nos principais colégios eleitorais do país



Deve sair logo mais a tão aguardada pesquisa de intenção de voto do Instituto Datafolha. O Datafolha, como já informamos em outra ocasião, é uma espécie de parâmetro para os demais institutos, para o mercado e para os formadores de opinião. Não seria prudente especular o que virá por aí. Vamos aguardar - não sem alguma ansiedade - os indicadores do Instituto, que possui grande espertise e credibilidade no mercado. Por enquanto, vamos conversar sobre os indicadores ja existentes. Hoje foi divulgado, através do site da Revista Veja, os números de uma pesquisa do Instituto Quaest\Genial sobre a disputa presidencial no Rio de Janeiro, tradicional reduto do bolsonarismo. 

Naquela praça, até recentemente, Lula guardava uma ligeira dianteira sobre o adversário Jair Bolsonaro. Pelos números divulgados pelo Instituto, nesta última pesquisa, agora eles estão empatados, assim como já ocorre em um outro importante colégio eleitoral - o maior deles, aliás - São Paulo. De acordo com o levantamento do Instituto, ambos aparecem com 39% das intenções de voto. No segundo colégio eleitoral do pais, Minas Gerais, o candidato do PT ainda lidera, mas o assédio de Jair Bolsonaro é grande. Em apenas uma semana, depois do início do pagamento do Auxílio Brasil, ele conseguiu reduzir essa diferença em 9 pontos. 

Até mesmo na Bahia, o quarto colégio eleitoral e reduto tradicional do petismo - a diferença entre Lula e Jair Bolsonaro já teria sido mais expressiva. Ainda não estamos tratando aqui de uma situação considerada a ideal para os assessores do presidente - que, possivelmente, já imaginam sua dianteira nas pesquisa a essa altura do campeonato - mas há o que eles possam comemorar. Os ventos começaram a soprar favoravelmente ao candidato depois dos resultados de algumas medidas econômicas adotadas, de forma temerária, conforme já enfatizamos. Com o início oficial da propaganda eleitoral - Lula tem o maior tempo entre os candidatos - assim como os debates televisivos, vamos aguardar para ver como o eleitorado irá se comportar daqui para frente.    

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: Como o doce japonês entrou na campanha para o Governo do Estado em 2022.



O conhecido doce japonês é uma iguaria bastante apreciada pelos pernambucanos. Teve ter lá centenas de anos, mas continua firme como um dos doces mais apreciados pela população. Ao final das tardes, em várias cidades do interior e nos bairros do Recife, tornou-se comum a sinfonia dos apitos dos vendedores anunciando o produto, normalmente de coco, amendoim, batata-doce e goiaba, mas, já nos contaram que ele pode assumir outros sabores, como o de jaca, por exemplo, infelizmente nunca degustado por este editor. 

Aqueles produzidos nas feiras típicas da região nordeste, então, deve ter um sabor bem especial, como parece insinuar o publicitário José Nivaldo Júnior, em artigo publicado no Blog do Magno Martins. Aliás, este em especial, está sendo oferecido como prêmio, para aquele eleitor que conseguir ver o nome do Governador Paulo Câmara(PSB-PE) na propaganda do candidato situacionista, Danilo Cabral(PSB-PE), que concorre, pela Frente Popular, ao Governo do Estado nas eleições de 2022. 

A impressão que eu tenho é que este pedaço ou porção vai mesmo ficar no tabuleiro dos vendedores da feira de Surubim, torrão natal do publicitário. Profissional bem-sucedido, de reconhecida competência, com anos de atuação no mercado, José Nivaldo Júnior lança um olhar crítico sobre a campanha publicitária do PSB no Estado, que tenta, a todo custo, eximir-se de qualquer relação com o Governador Paulo Câmara, artífice da  escolha de Danilo para concorrer ao Governo do Estado. Nas atuais circunstâncias, ostentando algo em torno de 73% de rejeição, é pouco provável que o governador pudesse fazer algo por ele. 

Na realidade, conforme discutimos por aqui em vários outros momentos, o partido enfrenta grandes dificuldades nessas eleições. São dificuldades conhecidas e enumerá-las, mais uma vez, pode até cansar os nossos poucos leitores. Vamos poupá-los desse sofrimento. Nem mesmo o morubixaba petista, envolto em dificuldades com a campanha, também não poderá fazer muita coisa por ele, embora ele acredita fielmente nisso. 

Faço aqui dois registros. Aliás, três. Não temos, em absoluto, nada contra Danilo Cabral. Lula, inclusive, segundo assessores, saiu aqui do Estado com uma ótima impressão do candidato socialista. Danilo Cabral fez, em público, a defesa do Governador Paulo Câmara, enfatizando que ele remou em águas turbulentas durante a pandemia, não permitindo que o barco fosse à deriva. A tese de tentar criar um escudo entre ele e o governador deve ser algo pensado pelos assessores de campanha. Mas, como adverte José Nivaldo, esta mentira tem pernas curtas junto ao eleitorado e se trata de mais um equívoco. 

Editorial: A cruzada de Alexandre de Moraes contra as fake news.



Ontem foi o dia da posse do Ministro Alexandre de Moraes como presidente do STE. Investido dessa condiçao, ele será uma espécie de xerife das próximas eleiçõe de outubro. Num discurso marcado por muitos simbolismos, ele deu o tom e traçou, com régua e compasso, a sua conduta à frente do órgão responsável pelas eleições no país, conferindo-lhes condições efetivas de realização; regras de conduta dos candidatos e eleitores; apuração isente dos seus resultados e homologação dos candidados eleitos. 

Alexandre de Moraes, produziu um discurso impecável na defesa das instituições democráticas, ao repelir os ataques infundados contra a lisura do processo eletrônico de votação e apuração dos votos e, não menos importante, o combate às fake news, tema em relação ao qual ele vem se notabiizando ao longo de sua carreira de magistrado, seja no STF, e, agora, à frente do STE. Estabelecida as regras do jogo, como ele observa, a Justição Eleitoral deve agir o menos possível, mas, se houver a necessidade, ela será célere, rigorosa e incisiva contra os infratores. 

Desde de que a mentira passou a ser usada como uma arma política, ela tem produzido danos irreparáveis à reputação de cidadãos e cidadãs, assim como ao próprio processo democrático. Eleição é um momento em que se escolhe a melhor proposta para se gerir a pólis. Não é para plantação de mentiras e eventuais desmentidos, que acabam por não superar os efeitos dos danos produzidos. A mentira, como observou o ministro Luiz Roberto Barroso, precisa voltar a assumir o seu verdadeiro status, ou seja, de coisa errada.

Editorial: Lula confirma presença no debate da Band



As regras criadas pelos organizadores para disciplinar a conduta dos candidatos durante os debates, ao longo dos anos, tornaram esses encontros burocráticos e engessados. Não sem alguma razão, se diz que bom mesmo eram os debates de antigamente, onde ocorriam um tête-a-tête mais direto entre os concorrentes, capazes de produzir algumas cenas impagáveis, que até hoje permanecem no imaginário popular. Grandes nomes do cenário politico brasileiro ainda podem ser revistos através desses debates, como Jânio Quadros, Leonel Brizola, Mário Covas, Enéas, Paulo Maluf e Franco Montoro. 

Os debates, hoje, perdem um pouco da graça, daqueles momentos de descontração, mas, por outro lado, permanecem perenes no que concerne à sua importância para o processo democrático, sendo de bom alvitre - e principalmente respeitoso com o eleitor - que os senhores candidatos apresentem suas propostas de gerência dos negócios de Estado para a população. Aqui em Pernambuco, ainda não tivemos nenhum debate televisivo e, ao que tudo indica, eles somente ocorrerão na reta final da campanha, o que se constitue num grande desserviço, sobretudo num Estado como o nosso, que se encontra no fundo do poço, com indicadores sociais e de desenvolvimento vergonhosos. A responsabilidade do eleitor e da eleitora pernambucana na hora de escolher o próximo gestor público é imensa. 

Com uma forte tradição na realização desses debates, a Rede Bandeirantes anunciou que realizará o primeiro debate entre os candidatos à Presidência da República no próximo dia 28\08. O candidato que lidera todas as sondagens de de intenção de voto até este momento, Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, já confirmou que irá ao debate. Só não gostamos de um adendo de um dos seus assessores informando que, caso o presidente Jair Bolsonaro resolva não comparecer, ele talvez reavalie tal decisão. Não há nada a reavaliar.