As regras criadas pelos organizadores para disciplinar a conduta dos candidatos durante os debates, ao longo dos anos, tornaram esses encontros burocráticos e engessados. Não sem alguma razão, se diz que bom mesmo eram os debates de antigamente, onde ocorriam um tête-a-tête mais direto entre os concorrentes, capazes de produzir algumas cenas impagáveis, que até hoje permanecem no imaginário popular. Grandes nomes do cenário politico brasileiro ainda podem ser revistos através desses debates, como Jânio Quadros, Leonel Brizola, Mário Covas, Enéas, Paulo Maluf e Franco Montoro.
Os debates, hoje, perdem um pouco da graça, daqueles momentos de descontração, mas, por outro lado, permanecem perenes no que concerne à sua importância para o processo democrático, sendo de bom alvitre - e principalmente respeitoso com o eleitor - que os senhores candidatos apresentem suas propostas de gerência dos negócios de Estado para a população. Aqui em Pernambuco, ainda não tivemos nenhum debate televisivo e, ao que tudo indica, eles somente ocorrerão na reta final da campanha, o que se constitue num grande desserviço, sobretudo num Estado como o nosso, que se encontra no fundo do poço, com indicadores sociais e de desenvolvimento vergonhosos. A responsabilidade do eleitor e da eleitora pernambucana na hora de escolher o próximo gestor público é imensa.
Com uma forte tradição na realização desses debates, a Rede Bandeirantes anunciou que realizará o primeiro debate entre os candidatos à Presidência da República no próximo dia 28\08. O candidato que lidera todas as sondagens de de intenção de voto até este momento, Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, já confirmou que irá ao debate. Só não gostamos de um adendo de um dos seus assessores informando que, caso o presidente Jair Bolsonaro resolva não comparecer, ele talvez reavalie tal decisão. Não há nada a reavaliar.
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