Já havia uma expectativa acerca das questões que poderiam vir a ser formuladas pelos entrevistadores do Jornal Nacional, quando da entrevista concedida pelo presidente Jair Bolsonaro: Relações institucionais do presidente com os outros poderes, principalmente com o Supremo Tribunal Federal; sua relação com o Centrão, tao criticado no passado por membros do próprio governo; o retrocesso nas políticas ambientais, que colocaram o país numa situação vexatória no contexto global; Os problemas relativos ao enfrentamento da pandemia;e, finalmente, aquele que seria o tema mais nevrálgico, o respeito às regras do jogo eleitoral, ou seja, a realização das eleições de outubro próximo, com o consequente acatamento do resultado das urnas. Contingenciado a pronunciar-se sobre este último assunto, o presidente deixando uma entrelinha preocupante. Acataria seus resultados se, comprovadamente, tais eleições ocorrerem dentro da transparência e forem limpas.
As denúncias de corrupção no governo, principalmente em ministérios como o MEC também foram enfatizadas por Renata Vasconcelos. Um tema que observei ausente foi a questão do empobrecimento da população brasileira nos últimos anos, onde milhões de brasileiros e brasileiras foram atirados no limbo da pobreza e da extrema-pobreza. Momentos houve em que, por muito pouco, o presidente nao saiu do script previamente programado pelos assessores. Mas, a rigor, um pouco equidistante das "torcidas organizadas" de ambos os lados, o saldo foi positivo para o presidente Jair Bolsonaro.
Ele manteve-se contido, evitando os arroubos de outrora, característicos do seu temperamento explosivo. O objetivo, claro, foi o de ampliar o seu lastro eleitoral nesta fase da campanha, onde estratégias estão em curso para melhorar sua imagem junto aos eleitores ainda reticentes. Bolsonaro ainda ostenta 53% de desaprovação junto à população, um escore extremamente preocupante para um projeto de reeleição. O que se pode dizer é que os ajustes políticos introduzidos na conduta do presidente são recentes. Ele ainda carrega o ânus de declarações ou atitudes infelizes do passado, que acabaram, de alguma maneira aflorando durante a entrevista. Sobre tais polêmicas, ora ele negou, ora ele tergiversou sobre o assunto. No geral, apesar da cola - que não foi usada, registre-se - ele passou na sabatina.
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