No dia de ontem formou-se uma grande expectativa em torno da pesquisa de intenção de voto do Datafolha. Como afirmamos em editorial anterior, o Datafolha, em razão da espertise e credibilidade adquirida ao longo dos anos de atuação no mercado, tornou-se uma referência em pesquisas dessa natureza. É sempre um parâmetro ou balisamento para os demais institutos, para os especialistas e para os formadores de opinião. Pode-se até não gostar dos seus resultados - como os bolsonaristas, neste momento, que passaram a apelidar do instituto de DataLula - mas é impossível ignorar os seus números.
Essa expecatativa tornou-se impaciência, uma vez que a pesquisa só foi divulgada no período da noite, sob alguns protestos nas redes sociais. A grita dos bolsonaristas diz respeito à constatação de Bolsonaro não ter crescido dentro das pretenções que eles almejavam. A pesquisa do Datafolha mostra que Bolsonaro cresce nos indicadores de intenção de voto, assim como em relação à avaliação do seu governo, que, aliás, são indicadores bem relacionados. Se há uma melhora nos indicadores de avaliação é quase certo que isso se reflita nos índices de intenção de voto.
O Datafolha também questionou os eleitores sobre a credibilidade das afirmações do presidente Jair Bolsonaro. Melhor seria entender se tais afirmações estariam influenciado ou não - ou até que ponto - os eleitores a votarem ou não no candidato, porque, aí então, teríamos uma avaliação, por exemplo, dos arroubos de negacionismo eleitoral. Na nossa modesta avaliação, o questionamento sobre se o eleitor acredita ou não nas afirmações do presidente, não acrescenta muita coisa do ponto de vista de uma análise no que concerne a intenção de voto.
Que a melhoria dos indicadores econômicos estão tendo uma influência sobre o voto do eleitorado, isso parece não haver dúvida. A grande questão que se coloca é se haveria tempo para a campanha de Bolsonaro virar esse jogo até o dia das eleições. Lula, por sua vez, mantém a resiliência nas intenções de voto, a despeito das dificuldades que enfrenta nesta fase da campanha. Muita calma nesta hora, principalmente porque ele não tem a caneta. O crescimento de Bolsonaro se dá, de forma mais efetiva, entre os eleitores que recebem acima de dois salários mínimos, o que pode significar que os efeitos do Auxílio Brasil sobre o voto não sejam, assim, "devastadores" para o petista. A pesquisa do Datafolha foi realizada no período de 16 a 18 de agosto, ouviu 5744 pessoas, em 281 municípios, com margem de erro de 2 pontos para mais ou para menos.
Lula 47%
Bolsonaro 32%
Ciro Gomes 7%
Simone Tebet 2%
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