Conhecedores de que o eleitor evangélico é um dos grandes trunfos do candidato Jair Bolsonaro nessas eleições presidenciais, os bolsonaristas tentam impedir a penetração do candidato Lula neste segmento eleitoral específico, que representa 26% do eleitorado como um todo. Se as estratégias utilizadas estivessem dentro de um contexto republicano e não ferissem as regras estabelecidas para eleições de outubro, tudo muito bem. O grande problema é que alguns dos expedientes utilizados são vis, abjetos, política e socialmente execráveis, como o emprego da mentira como arma política, através da disseminação de fake news.
A mentira, alguém coerentemente estava lembrando, sempre existiu na política. Coube ao Ministro da Propaganda Nazista, Joseph Goebbels, digamos assim, profissionalizá-la como arma poderosa para transformar mentiras em verdades absolutas. Talvez nunca tenha sido tão utilizada como hoje, com o apoio tecnológico que dispõe para a sua propagação, através de dispositivos como os disparos de Zaps. Mesmo com o rigor utilizado pelo TSE, através do ministro Alexande de Moraes, criticando, coibindo e punindo essas práticas e seus infratores, elas continuam existindo, como esta tentativa de queimar o filme de Lula junto aos avangélicos, informando que ele fecharia as igrejas caso seja eleito.
Numa sociedade como a nossa, onde as pessoas acreditam em "Perna Cabeluda", vocês não imaginam os danos que tais práticas possam produzir em termos pessoais, institucionais e coletivos. A tal perna cabeluda foi uma fake news do passado, disseminada no Estado de Pernambuco há algumas décadas atrás. Um repórter que fazia a cobertura na rua foi convidado a entrar no ar com alguma matéria e, na ausência de uma assunto pautado, inventou tal estória. No dia seguinte, havia centenas de pessoas que haviam visto tal perna cabeluda, apanhado dela e coisas e tais. Tivemos um retrocesso civilizatório terrível nos últimos anos, com o comprometimento do nosso tecido social, democrático e institucional. Reputações são atiradas na lata de lixo de uma hora para outra através desses expedientes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário