O Jornal do Commércio de hoje, domingo, traz a primeira de uma série de matérias sobre o Bolsa Família, o maior programa de transferência de renda do mundo. Premiado com o Nobel de Seguridade Social, O Bolsa Família é um exemplo de política pública bem-sucedida, copiado hoje em alguns países. Os tucanos têm razão afirmarem que o embrião do programa surgiu numa prefeitura comandada, à época, por eles. Precisamente a cidade de Campinas, que passou a desenvolver um programa, basicamente nos mesmos moldes, para um público específico, previamente selecionado a partir de sua vulnerabilidade social. Quem estava no Governo Federal era FHC, mas não deu a mínima para a nacionalização do programa. Os tucanos não gostam muito de povo e essa talvez seja uma das razões pelas quais foram apeados do poder, com poucas chances de retornarem no plano federal. Ao assumir o governo, Lula, muito próximo a Cristovam Buarque, inteirou-se sobre o Bolsa Escola, que era um programa desenvolvido no Governo do Distrito Federal. A partir desse know how, aliado a alguns outros programas sociais pontuais herdados dos tucanos, foi criado o Bolsa Família, que contribui sensivelmente para erradicar a pobreza no país, principalmente em regiões mais vulneráveis socialmente, como Norte e Nordeste. Mais de 60% dos beneficiários estão no Nordeste, o que acaba transformando o Bolsa Família, como observou a economista Tânia Bacelar, mesmo que por caminhos tortuosos, numa espécie de política regional. Apesar das críticas sobre o uso político do programa - hoje a região Nordeste transformou-se num reduto político do PT - estudos idôneos, conduzidos pela academia, apontam para o acerto do programa, que começa a incorporar ações estruturadoras, proporcionado às pessoas as condições para migrarem do programa. Nos últimos anos, 1,6 milhões de pessoas saírem do Bolsa Família espontaneamente.
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