O Jornal do Commércio de hoje, em matéria assinada pela jornalista Bruna Serra, traz uma longa matéria sobre o "raposismo" na política brasileira. Entrevista acadêmicos sobre o assunto - caso do professor Paulo Henrique Martins - e apresenta alguns casos concretos, sobretudo com referência ao Estado de Pernambuco, onde algumas dessas raposas ainda ocupam espaços privilegiados no Governo de Eduardo Campos, que passou a adotar o discurso da "Nova Política". Uma evidência inequívoca de que, no Brasil, o novo já nasce velho. Há uma grande gama de trabalhos acadêmicos que tratam desse assunto, não raro, citados em nossos comentários. Além desses trabalhos, costumo citar o ex-presidente Jânio Quadros que, com sua conhecida verve apurada, resumiu a questão afirmando que "O Brasil é um hímen complacente". Não vejo definição melhor. A capacidade de mimetismo das elites políticas brasileiras é algo notável. Outro dia, um representante ilustre dessas velhas oligarquias políticas, ao questionar as posições de Marina Silva, afirmou que representava a "Nova República". Quantos atores que estiveram a serviço da Ditadura Militar não passaram a compor essa tal "Nova República"? Quantas raposas da política pernambucana, como afirma a reportagem, não mantém seus nacos de poder no Governo de Eduardo Campos? Aqui se contradiz não apenas a sua pregação de "Nova Política", mas, igualmente, sua proposta de meritocracia da gestão da máquina. No final, depois do nosso reconhecimento pela excelente matéria, apenas uma observação: Tenho dúvidas se poderíamos afirmar que a hegemonia política dos Coelhos, em Petrolina, poderia ser demarcada a partir de 1947, quando Nilo Coelho assumiu o Governo do Estado. Seu Quelé inquietou-se na tumba.
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