31 de outubro de 2013 | 11:20
Lula, que de bobo não tem nada, está se movimentando para
obstruir aquilo que pode vir a ser, de fato, um prejuízo eleitoral para
Dilma Rousseff em 2014: que a dupla Eduardo Campos-Marina Silva possa
envolver parte do eleitorado nordestino e, de uma maneira mais ampla,
popular.
Porque, com tudo o que aprendeu, sabe que a direita – a verdadeira –
está empacada num discurso velho, passadista e, por isso, traz na testa o
estigma de um tempo que o povo brasileiro sabe que não quer reviver.
Deve-se a isso dois dos últimos movimentos do ex-presidente.
O primeiro, o de evidenciar a “conversão” de Marina Silva às ideias neoliberais. O “pito” que lhe deu ontem, dizendo que ela “esqueceu” que a “estabilidade econômica” de Fernando Henrique quebrou o país três vezes.
Marina escafedeu-se do debate,
obviamente desavantajoso para ela, dizendo que “não tem pressa” de
responder a Lula, quando, na verdade, não tem com que responder, a não
ser com uma vaga citação à “Carta ao Povo Brasileiro” feita por Lula,
num momento em que o país batia – com a tal estabilidade e tudo – às
portas do FMI, insolvente.
O segundo movimento de Lula provocou furor, ontem, em Pernambuco, com a veiculação, no Blog de Jamildo, no Jornal do Commercio, de um vídeo (veja no fim do post) com apenas uma frase de Lula, à saída de uma solenidade na Câmara Municipal:
- Eu quero dizer aos meus companheiros de Pernambuco que logo, logo, eu estarei lá
Bem, vocês imaginam o quanto isso apavorou a turma de Campos.
O imenso peso do prestígio de Lula no estado – o seu estado natal,
aliás – vai causar danos de difícil reparação ao ponto mais forte do
currículo de Eduardo Campos: o de querer apresentar-se como um
governador otimamente avaliado pelos pernambucanos.
Sem o voto pernambucano, Campos vira um general sem tropa, e não é
por outra razão que a Marina da “nova política” fez ginástica para dizer
que a aliança dele com 14 partidos – e as devidas repartições de cargos
– não é fisiologismo, como diz que são todas as outras.
Este é o “probleminha” da dupla Campos e Marina, o sinal que trazem na testa e que não se lhes pode apontar.
Não é a primeira vez que cito, mas repito a frase do velho Brizola: A política ama a traição. Mas, logo, abomina o traidor.
Fernando Brito, no site Tijolaço.
Fernando Brito, no site Tijolaço.
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