pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Michel Zaidan Filho: Sem ressentimentos.
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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Michel Zaidan Filho: Sem ressentimentos.

 



Com um milhão de reais para fazer licitação entres as agências de propaganda e os veículos de comunicação social, tendo em vista da propaganda oficial do governo de Pernambuco, o sr. Eduardo Campos pode se dar o luxo de aparecer em todos os jornais locais, no último domingo, com um discurso apaziguador, de concordância e harmonia, como recomenda o espírito de Natal.

Prestes a desembarcar da chefia do Estado, para alçar voo em direção às eleições presidenciais, o mandatário pernambucano adota o tom adequado de quem é amigo de todos, pai da nação, irmão mais velho, preocupado com o bem comum dos pernambucanos, e não com a sorte de sua aventura política e eleitoral. E não aceita o rótulo de "traidor" ou "infiel". Poderia dizer, como o antigo secretário de estado norte-americano, John Foster Dulles, um político não tem amizades,tem interesses a perseguir. E sempre estará mudando de posição quando isto for conveniente aos seus interesses. Maquiavelismo abastardado, aprendido com o seu secretário da Casa Civil, ex-militante comunista.


Não é mera coincidência que esse tom melífluo e contemporizador venha depois do afastamento, que já não era sem tempo, do seu secretário da Defesa Social, o membro do Polícia Federal, a quem o governador entregou o comando de sua tropa de choque. O referido policial, do alto de sua arrogância e de seus preconceitos, expressou a tese de que as mulheres pernambucanas são estrupadas e violentadas pela polícia, porque sentem uma atração fatal pela farda, pelo coturno, pela continência. É a vitimologia do cientista da SDS.

A culpa é das vítimas, não dos agressores fardados, pagos com o dinheiro público para proteger a população, não para atentar contra o pudor. A outra tese do grande cientista policial é a de que a homossexualidade é um problema de família, das famílias tradicionais. Não sei onde leu essas teses. Não foi, com certeza, na obra de Gilberto Freyre, que menciona expressamente a herança sado-maso quista deixada pela escravidão africana no Brasil.


Esse impoluto homem da lei já deveria ter sido afastado há mais tempo. Desde quando autorizou a força policial a reprimir as manifestações sociais contra o governo e a favor das políticas públicas, e não da construção de estádios inúteis e caros de futebol.



Saiu tarde. Poderia nos ter poupado da invasão do campus universitário e da presença indesejável da polícia militar no recinto da UFPE. Outro que poderia ser mandado embora é o secretário da Saúde. O ilustre magistrado Roberto Wanderley acolheu, com a sua proficiência jurisdicional, o pedido de afastamento do cidadão, por conflito de interesses e medidas atentatórias contra o SUS e o interesse público, como foi o desmonte do centro de Transplante da Medula Óssea.

O IMIP, instituição público-privada do secretário, pode ser um centro de excelência médica, mas não pode usurpar a prestação uniforme e universal do Sistema Público de Saúde, recebendo equipamentos e verbas destinados à saúde pública. Isso é um crime de lesa-sociedade. Sobretudo daqueles que mais precisam da prestação estatal desses serviços, por não poder paga por eles.


Finalmente, uma nota triste: surpreendi num dos comerciais da gestão do Governo do Estado, o rostinho ingênuo de uma ex-aluna e ex-orientanda, usada para fazer propaganda das escolas pilotos da rede estadual de ensino.


É lamentável, sob todos os pontos de vista, que os professores e outros funcionários públicos sejam "convencidos" e "convidados" a fazer propaganda a favor do gestor! Onde fica a impessoalidade, a legalidade e a publicização dos atos da administração pública?
(Michel Zaidan Filho é filósofo, historiador e professor da UFPE)


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