Quando o governador Eduardo Campos lançou-se pela primeira vez como candidato ao Governo do Estado, sua situação não era nada confortável. Acumulava índices preocupantes nas pesquisas de intenções de voto. A situação, como todos sabem, foi revertida, ele foi eleito e conseguiu reelerge-se com relativa tranquilidade. Eduardo costuma sempre lembrar desse episódio quando alguém questiona sua condição adversa em relação ao pleito presidencial de 2014. Seus índices de intenção e votos na corrida presidencial preocupam. Há muito tempo que a pombinha do PSB frequenta o ninho tucano, sem que se saiba, exatamente, o teor dos acordos que estão sendo mantidos. O senador Aécio Neves não esconde de ninguém que seria muito interessante uma candidatura de Eduardo Campo, sobretudo quando se estabelece que ele poderia "tirar" alguns votos de Dilma Rousseff na região Nordeste, tida como estratégica para renovar o contrato da coalizão petista no Planalto. Impressionante como tucanos e socialistas conseguem celebrar acordos, agindo num sincronismo que deveria colocar os estrategistas do Planalto com a pulga atrás da orelha. Em Pernambuco, por exemplo, fala-se até na possibilidade de tucanos ocupando a chapa do Palácio do Campo das Princesas. Na província, a aliança entre tucanos e socialistas remonta a longas datas. O que talvez sugere alguma novidade, no momento, seria uma formalização desses acordos. Recentemente, Eduardo Campos esteve jantando com o senador Aécio Neves, num badalado restaurante carioca. Não se sabe o que eles comeram, mas tucanos costumam ter um gosto bastante refinado. Refinado e caro. Um eles deixou uma comanda no valor de 7,7 mil apenas num jantar, que foi paga pelo Senado Federal. Mas isso já é uma outra história. A princípio teriam conversado sobre as eleições presidenciais. O que a imprensa começou a especular, no entanto, é que o governador começou a esboçar uma certa preocupação sobre os rumos da sucessão estadual de 2014. É como se a luz amarela acendesse no Palácio do Campo das Princesas. Razões para isso não faltam. A caixa-preta de sua gestão foi aberta, evidenciando-se uma série de equívocos que poderão ter reflexos em 2014. Gradativamente, a oposição vai afiando as garras. Comenta-se que um dos assuntos de sua conversa com Aécio Neves, dizia respeito exatamente ao apoio dos tucanos aos socialistas da província, reeditando uma aliança que já ocorre no plano nacional, embora com alguns segredinhos.
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