pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Tijolaço do Jolugue: 80 anos de Casa Grande & Senzala
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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Tijolaço do Jolugue: 80 anos de Casa Grande & Senzala


Neste final de semana, o jornal Diário de Pernambuco trouxe uma longa matéria sobre os 80 anos do livro Casa Grande & Senzala, escrito em primeiro de dezembro de 1933. Preparem as suas emoções, porque, ao longo da semana publicaremos uma série de historietas envolvendo o livro e seu autor. Gilberto publicou 67 livros, entre os quais Casa Grande & Senzala, o mais festejado deles. O livro, na realidade, é fruto das adversidades enfrentadas pelo sociólogo. Exilado em Portugal e passando por dificuldades econômicas, Gilberto lecionava e escrevia para sobreviver. Casa Grande & Senzala, uma das mais importantes interpretações sociais do país, portanto, é resultado das adversidades do seu autor. O jornal também promete uma série de reportagens sobre o livro, num espaço de tempo que vai deste Domingo até Quinta-Feira. Pela natureza de suas análises e por suas posições políticas, polêmicas sempre existirão sobre o mestre de Apipucos. jornal tomou o cuidado de convidar, até o momento, pessoas que guardam alguma afinidade com as teses defendidas pelo autor, como a escritora Fátima Quintas, que recentemente organizou um livro com as melhores frases de Casa Grande & Senzala. Fátima é o que se poderia chamar de uma "gilbertóloga", um grupo de estudiosos que gravitam em torno das ideias do escritor e sociólogo. O grupo é extenso. Gilberto tinha por hábito orientar seus "pupilos", indicando as linhas de investigações que eles deveriam seguir. Um dos mais conhecidos deles, sem dúvida, foi o escritor paraibano, José Lins do Rego, a quem aconselhou a romancear o ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste brasileiro. Em toda a sua obra, percebe-se a influência de Gilberto Freyre. No livro "Usina", por exemplo, é possível  perceber a afinidades entre ambos, quando Carlinhos, personagem de José Lins, lamenta profundamente que a arquitetura das edificações das usinas estavam afastando o espaço de convivência entre senhores e escravos. Essa convivência harmoniosa, aliás, é uma das grandes polêmicas do livro "Casa Grande & Senzala", ao afirmar indiretamente, que tivemos uma espécie de colonialismo açucarado, diferentemente do que ocorrera com a experiência colonial inglesa, marcada pelo segregacionismo. "A presença da negra no âmbito familiar, como ressalta Fátima Quintas, amenizou as asperezas do dia-a-dia patriarcal da Casa Grande" Será? Em que condições a elite permitiu sua presença nesse recinto, minha estimada senhora?

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