Ontem, durante a cerimônia em SUAPE, o Planalto fez questão de sacramentar o distanciamento da presidente Dilma Rousseff em relação ao governador Eduardo Campos. Até o cerimonial foi propositadamente organizado para que ele ficasse por traz da presidente e não numa situação de equilíbrio, ou seja, ao seu lado, conforme o Painel da Folha de São Paulo. Nos discursos, isso também ficaria muito evidente, com Dilma enfatizando que os recursos vieram de Brasília, do seu Governo, enquanto Eduardo lembrava o caráter republicano dos recursos e a capacidade técnica de sua equipe em elaborar bons projetos. Momento houve em que o governador evitou até mesmo aquela conversa de pé-de-ouvido com os auxiliares da presidente. Isso ainda vai render muito pano para as mangas, uma vez que ambos, como candidatos, disputam votos no mesmo reduto eleitoral. Eduardo sabe que esse discurso republicano não surtirá muito efeito junto ao eleitorado. Terá que mudá-lo e apresentar para a população o porte-fólio de obras estaduais, de preferência com recursos próprios, além de projetar um plano de investimentos em políticas regionais capaz de galvanizar a atenção da população. A presença da economista Tânia Bacelar em sua equipe é um indício de que, possivelmente, retomaremos o debate sobre políticas regionais. O Planalto também sabe que as eleições poderão ser decididas na região Nordeste. Não pretendem perder o controle da situação. Há perspectivas de novos investimentos federais na região, inclusive em Pernambuco. Já houve um tempo em que a presença do casal presidencial, em Pernambuco, era marcada por muita festividade, regada às orgias gastronômicas servida na casa de Dois Irmãos. Esses tempos chegaram ao fim. A paleta de cordeiro, o camarão na moranga, o bolo de rolo, a rapadura, o sorvete de tapioca são coisas do passado. Estamos em plena cerimônia de adeus, coisa que alguns petistas ainda insistem em não acreditar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário