Quando se faz um levantamento sobre os principais gargalos da educação
brasileira, quase sempre, há referências à formação dos professores. O
bom-senso diz que não poderia ser diferente,
independentemente dos arroubos corporativos dos sindicatos ou da grita
sobre a precariedade das condições de atuação desses profissionais nos
estabelecimentos de ensino. Na realidade, trata-se de um vesperio que
não gostaríamos de mexer, até porque existem uma confluência de fatores
que determinam nosso ainda deficiente desempenho educacional, inclusive o
descaso das autoridades públicas e o desvio de recursos destinados ao
setor. A entrevista concedida pelo Deputado Federal Raul Henry(PMDB) à
revista Veja traz alguns fatos nos remetem à reflexão, sobretudo se
baixarmos as armas. Antecipo que não nutro nenhuma simpatia pelo
Deputado, tampouco fui ou serei seu eleitor, embora aprecie um "cozido",
mas o preparado por Dona Maria, no Mercado de Santa Cruz. Acompanhado
por uma cajuína, então... Ao longo de sua entrevista, nos chamou atenção
duas questões: a) a primeira diz respeito à Lei de Responsabilidade
Educacional que propõe perda dos direitos políticos ao gestor que não
conseguir melhorar os índices de qualidade da educação encontrado. Penso
que o senador Cristovam Buarque teria uma proposta muito semelhante,mas
relativa apenas ao montante de investimentos para o setor, à semelhança
da Lei de Responsabilidade Fiscal. Se a proposta vingar, logo teríamos
uma diáspora na administração pública brasileira. b) A outra diz
respeito à formação dos professores dos professores, notadamente nos
cursos de Pedagogia. Por uma série de fatores, os profissionais egressos
desse curso não são valorizados, apenas lembrados quando se está em
jogo, olhem o deslize, o desempenho da educação no país, fundamental
para atingirmos as metas estipuladas pela OCDE. De fato, se houvesse uma
preocupação política mais consistente, o Estado deveria cuidar melhor
desses cursos e desses profissionais. O que se coloca em relação à
formação desses profissionais diz respeito à demasiada orientação
ideológica e pouca orientação prática, ou seja, você sairia das
universidades em condições de formar "alunos críticos", mas incapaz de
ensinar, por exemplo, algumas equações que poderiam ser, igualmente,
"revolucionárias'. Trata-se de um tema polêmico, mas adianto que o
currículo, de fato, dá muita ênfase ao teórico.
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