Hoje é o aniversário da morte do ex-governador Miguel Arraes. Com a sua morte, não se constitui nenhum exagero afirmar que passamos a viver, em Pernambuco, uma espécie de orfandade política. Ele não deixou herdeiros. Há uma geração de políticos que se colocam como seus herdeiros, capazes de verter lágrimas ao relembrá-lo, mas que, a rigor, não dão exemplo de homens públicos da envergadura moral assumida por aquele. Num passado recente, escrevi um longo artigo sobre Arraes, publicado no site de uma instituição federal. Lembrava ali o Arraes dos acordos do campo, o Arraes da disputa de projetos políticos com o então governador Cid Sampaio, o Arraes do MCP, o Arraes dos programas sociais "arcaicos", o Arraes da "Pedagogia da Revolução", o Arraes, sobretudo, exemplo de homem público probo, sensível às demanda dos mais humildes. E viva Arraes. Os anos passam e torna-se cada vez menos provável que o Estado apresente para o Brasil um homem público com a sua sensibilidade e dimensão.
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