Marina Silva saiu das urnas nas eleições de 2010 com um grande capital político. Quando, depois dos problemas com a viabilização do seu próprio partido, resolveu aliar-se com o candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, igualmente, alguns analistas observaram na união um grande fato político, capaz interferir substantivamente no quadro geral das eleições de 2014. A expectativa é que Marina transferisse seu capital político para o pernambucano. Isso, naturalmente, não poderia ocorrer de forma automática, tratar-se-ia de um processo gradativo. A questão que se coloca, no entanto, é que, pelo andar da carruagem política, esse fato não vem ocorrendo. Os mais otimistas, sobretudo do PSB, acreditam que isso poderá ocorrer a partir do horário eleitoral. Temos cá nossas dúvidas. A editoria de política do JC de hoje, 18/05, traz uma matéria sobre o assunto. Embora trate-se de uma aliança que poderia, de fato, proporcionar alguns ingredientes novos no contexto da competição eleitoral das eleições presidenciais de 2014, por enquanto, como afirmou um morubixaba petista, a chapa de açaí com tapioca vem provocando é uma verdadeira disenteria política. O grau de atritos entre ambos é evidente, além de outros aspectos conjunturais que depõem contra o êxito dessa união. Nos principais colégios eleitorais, por exemplo, Marina e sua Rede defendem uma candidatura própria, contrariando acordos políticos celebrados entre o pernambucano e o senador Aécio Neves. São Paulo e Minas são um bom exemplo disso; Eduardo tenta abrir uma frente de diálogo com os ruralistas, que temem as posições ambientalistas da ex-ministra do meio-ambiente, mesmo com sua versão canhestra; O figurino da "Nova Política" não cabe em ambos. Essa história de emendar o bigode com raposas da velha política, representantes das grandes oligarquias brasileira, é conversa para boi maranhão dormir; Programaticamente, conforme já foi posto, é um samba do crioulo doido. Os problemas vão desde as questões ambientais até religiosas, obrigando o pernambucano a fazer um contorcionismo enorme para não desagradar o "rebanho". No dia de hoje, por exemplo, aparece do lado de figuras representativas do movimento LGBT, afirmando que sempre esteve do lado deles. Amanhã, certamente, vai ter que se explicar para a irmã. Aliás, não apenas para a irmã. As entidades representativas do LGBT já estão postando nas redes sociais que o "Galeguinho" nunca esteve do seu lado. Pernambuco é o Estado onde mais se cometem crimes contra esses grupos. Não sei se esse dado confere. Tenho dúvidas sobre essas estatísticas. Não seria o Estado de Alagoas o mais, digamos assim, intolerante?
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