Não é a primeira vez que Roberto Amaral entra em rota de colisão com os dirigentes do PSB. Em todos esses casos, sempre por razões programáticas. Faz muito tempo que fica evidente o hiato entre o ideário socialista e a postura pragmática e oportunista de suas lideranças. De socialista na legenda, apenas as teses e programa da agremiação, concebidas ainda na época do Dr, Arraes.Esse programa, agora, é o estopim da discórdia entre seus membros. Para não melindrar o capital, querem fazer mudanças no capítulo referente às questões fundiárias. Que história é essa de socializar a propriedade da terra, perguntam os ruralistas e latifundiários. Sua principal liderança - e candidato presidencial nas eleições de 2014, Eduardo Campos - já fez barba, cabelo e bigode com o capital. Ou, pelo menos, tentou fazê-lo, uma vez que o establishment vem emitindo indicativos de que jogará suas cartas na candidatura do senador Aécio Neves. Salvo engano, Roberto é da velha guarda socialista, político que trocou muitas ideias com Arraes. Outro dia, numa entrevista, Luiza Erundina também havia esboçado um certo desconforto com as "negação" da política proferida pela Rede de Marina Silva. Não vou nem entrar no mérito das divergências entre as duas agremiações, mas, a rigor, certamente, essas posturas de conveniências - para agradar Deus e o Diabo - não podem trazer resultados muito positivos para o candidato da legenda à Presidência da República. Aqui na província, as coisas não são muito diferentes. Outro dia a coalizão acusou um mal-estar com as declarações do candidato que concorre ao Governo do Estado pelo partido, sobre a "herança maldita" do Governo Jarbas Vasconcelos, um aliado de última hora. Reeditada a "União por Pernambuco" - com o concurso dos demos - ele volta atrás, tecendo loas à gestão Jarbas/Mendoncinha.
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