O ex-governador e candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, comentam os jornais de ontem, teria passado por Pernambuco e mantido uma longa conversa com o staff de assessores que dão suporte à candidatura de Paulo Câmara ao Governo do Estado. Não poderia perder as eleições no seu Estado. Seria uma questão de honra fazer seu sucessor. O quadro, hoje, não é nada favorável e ele não poderá ajudá-lo. Essa tarefa cabe ao ex-ministro Fernando Bezerra Coelho, que vive às turras com o PSDB local. Isso não funciona. O normal seria o candidato a governador "puchar" o candidato ao Senado.Nunca o contrário. Para completar o enredo, a poucos dias do início da Copa do Mundo, as ruas dão indicativos de que voltarão a ferver. A Polícia Militar do Estado entrou em greve. Isso traz um transtorno enorme para a população, normalmente debitadas na conta do Governo. A impressão que temos é que o ex-governador queimou a largada. Será muito difícil sair dessa enrascada. Seu capital político está em franco declínio, sua candidatura patina nas pesquisas, sua gestão sob um forte bombardeio. Não apenas da oposição - é bom que se diga - mas de pessoas simples, profissionais, que passaram a manifestar suas insatisfações. Seria uma consequência inevitável. A "blindagem" obtida com uma ampla máquina de publicidade institucional ruiu como um castelo de cartas. Seu discurso "descolado" da realidade - como a afirmação recente de que não haveria filas nos hospitais públicos do Estado - completaram o serviço. Outro dia acompanhei a relação dos assessores do candidato. Uma seleção de profissionais de primeira ordem, mas que, infelizmente, ainda não foram capazes de estabelecer o timming do postulante junto ao eleitorado. A rigor, talvez nem haja essa timming. Fazer o que? Outro dia chegou a afirmar que acabaria com as práticas nefastas do presidencialismo de coalizão. O eleitor menos informado não sabe nem do que se trata. O eleitor mais informado vai procurar saber qual foi o empenho dos socialistas no sentido de esforçar-se por uma reforma política no país. O Pacto pela Vida é uma das grandes vitrines do seu Governo. Não bastassem as contradições internas que começaram a surgir, soma-se agora a greve da Polícia Militar. Lembro agora daquela greve da Polícia Militar ocorrida durante o Governo de Jarbas Vasconcelos. O então candidato a Prefeitura do Recife pela União por Pernambuco era o ex-governador Roberto Magalhães. João Paulo(PT) venceu aquelas eleições, desmanchando o projeto de 20 anos de poder da aliança. Instigado a apontar as causas de sua derrota, Roberto Magalhães foi enfático em admitir que aquela greve o teria prejudicado sensivelmente. Que bananas que nada!
Hmmm, não vejo qualquer campanha com senso de timing. Dizem que Aécio perdeu o bonde em 2010. Dilma tenta segurar-se com a Copa das Copas, o que é uma temeridade. Aécio deu uma respirada, pelas últimas pesquisas... as próximas dirão se foi um fogo de monturo. A meu ver, nem Eduardo está morto, nem os demais estão tão vivos. Mas concordo que a campanha, seu ethos, carece de correção de rumo, leia-se discurso.
ResponderExcluirBom dia, Cleriston. A rigor, você tem razão. O senso de timing, de fato, não é um problema exclusivo do candidato Eduardo Campos. Os tucanos o perderam já faz algum tempo e nunca mais o reencontraram. Quanto à canddiatura de Dilma Rousseff, realisticamente, enfrenta alguns problemas, como a ameaça da volta da inflação, os possíveis protestos durante a Copa das Copas, a enorme dívida interna. Os problemas econômicos, no nosso entendimento, são até maiores do que os políticos, como a CPI da Petrobras. Muito grato pelos comentários. Apareça sempre por aqui. Estamos tantando construir um blog "sujo" no Estado. Um forte abraço.
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