15 de maio de 2014 | 19:39 Autor: Fernando Brito
Enquanto Eduardo Campos viajava de jatinho para São Paulo, a crise que ele deixou no colo de seu vice, João Lyra Neto, explodia nas ruas do Recife e de cidades da periferia e o do interior.
Afinal, faz apenas um mês que ele deixou, depois de quase oito anos, o Governo do Estado.
Então ficamos sabendo que a situação nas forças de segurança estaduais, sobretudo a PM, era explosiva a ponto de, mesmo com uma decisão judicial, abandonarem as ruas e criarem as condições para uma onda de saques e destruição?
Enquanto o Governo Federal mandava Exército e Força Nacional de Segurança para tentar conter a explosão de violência, não daria, pelo menos, para ele estar nas rádios e tevês locais, usando o seu propalado prestígio para acalmar a população e apelar à volta à normalidade?
Se não tinha legitimidade para fazer isso, também não tinha para soltar uma nota de autolouvação a sua administração, como fez, no meio da tarde, depois que a confusão explodiu.
Embora nada justifique que uma força armada entre em greve geral e abandone completamente a defesa da população, todos sabem que a crise da PM pernambucana é antiga e mal-resolvida.
Quando o capitão-deputado Tadeu Fernandes, do PSB de Eduardo Campos, liderou a greve dos PM da Bahia contra um governo petista, Campos não lhe fez uma palavra de censura.
Agora, quando a bomba explode no seu quintal, não dá para fingir que não é com ele.
E ainda fazer o escárnio de postar foto sorridente, no jatinho,covardemente apagada depois de seu facebook.
(Publicado originalmente no site Tijolaço, escrito por Fernando Brito)
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