Os acordos de não-agressão e apoio mútuo estabelecidos entre os candidatos Aécio Neves e Eduardo Campos é o tipo de estratégia montada no raciocínio de que tal acordo levaria as eleições presidenciais de 2014 para o segundo turno e - agora a porca torce o rabo - cada um deles se imagina em melhores condições de cruzar o rubicão do primeiro turno, disputando a final com a presidente Dilma Rousseff, naturalmente, contando com o apoio do outro. Como, pelo andar da carruagem política, as coisas estão fugindo ao controle da Rede/PSB, a relação começa a ser reavaliada. A candidatura do pernambucano Eduardo Campos vive um péssimo momento. Apontado como carta fora do baralho por especialistas, com enorme dificuldade de se afirmar como uma terceira via, percebeu que não haveria como tentar viabilizar-se mantendo os acordos com o senador mineiro. Os ataques começaram com a irmã Marina afirmando que os tucanos seriam "fregueses" de derrota do PT, insinuando nas, entrelinhas, que Eduardo Campos seria mais competitivo na disputa de um eventual segundo turno. "Aécio cheira à derrota", foram as suas palavras, dando margem a mais de uma interpretação. Depois vieram as preocupações com a situação do candidato Eduardo em regiões importantes como Sul e Sudeste, onde ele é um ilustre desconhecido. Aliás, Eduardo não vai bem nem mesmo na região Nordeste, seu reduto tradicional. Para melhorar sua performance nessas regiões, Eduardo levantou a hipótese do lançamento de uma candidatura própria em Minas Gerais, contrariando acordos mantidos anteriormente, onde estava previsto o apoio socialista ao nome indicado pelo senador Aécio Neves. Esse fato provocou um frisson na relação entre o PSDB e o PSB. Em Pernambuco, eles tiraram o time de campo em favor da candidatura do poste indicado pelo Palácio do Campo das Princesas. Quando vivo, o morubixaba Sérgio Guerra mantinha a agremiação sob rédeas curtas. O que fosse conveniente para o Palácio do Campo das Princesas, Sérgio Guerra dava um jeito entre os tucanos pernambucanos. Com a sua morte, há lideranças emergentes que não estão dispostas a rezarem na cartilha dos socialistas. Para azedar ainda mais a relação, o candidato ao Senado, Fernando Bezerra Coelho levantou a hipótese de um possível apoio a Dilma num eventual segundo turno. Foi a gota d'água que faltava. Os tucanos ameaçaram, de imediato, lançarem o nome do Deputado Estadual Daniel Coelho(PSDB) ao Senado ou ao Governo do Estado, quebrando o acordo. Afinal, como disse Bruno Araújo - liderança tucana local muito ligada ao senador mineiro - pau que dá em Chico, dá em Francisco. Não acredito mais na possibilidade do retorno do filho pródigo. Eduardo fez questão de construir uma plataforma política anti-petista. Mesmo numa circunstância em que que Dilma e Lula estivessem dispostos a matarem o seu vitelo mais gordo para recepcioná-lo no Palácio do Planalto. Afinal, não se rejeita apoio político numa disputa de segundo turno.
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