Aliás, até se sabe. Por uma dessas ironias, um ex-Ministro da Saúde no Governo Temer - acusado de ser o maior beneficiário de um eventual esquema de superfaturamente - foi inocentado pelos tribunais pela ausência de provas. De fato, haviam indícios de possíveis irregularidades. Não seria rotineiro que um servidor público de carreira fosse acionado em seus dias de folga para agilizar assinatura para a liberação de pagamentos milionários a destinatários confusos.
Antes que nos condenem, quero informar que acompanhei todos os trabalhos da CPI da Covid-19 com absoluta atenção, lamentando profundamente quando os trabalhos eram interrompidos ou os intimados ou convidados se recusavam a falar. Louvores a CPI da Covid-19 que, com bastante brilhantismo e seriedade, realizou um excepcional trabalho para o país, apontando equívocos no que concerne às ações do poder público para o enfrentamento da pandemia. De fato, se justifica uma CPI do MEC, se considerarmos os padrões de relações nebulosas e de perfil pouco republicano entre entes públicos e privados envolvendo a liberação de recursos públicos.
Ninguém é louco ao ponto de afirmar que a corrupção acabou neste país, que sempre ocupou a lista de um dos países mais corruptos do mundo. Nossa corrupção é estrutural e não se resolve por decreto ou por bravata, também não se minimiza pela mudança de sinonímia. Está entranhada na máquina pública como uma inhaca mal cheirosa, capaz de produzir danos consideráveis ao interesse público.Obtida as assinaturas necessárias, agora resta as formalidades legais, que envolve uma leitura em plenário pelo presidente da Câmara Alta, Rodrigo Pacheco(PSD-MG), e uma publicação no Diário Oficial do Senado Federal. Esta CPI, em tempo de eleição, será mais um componente da tempestada perfeita enfrentada pelo projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário