pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: O "Posto Ipiranga" e a reeleição de Jair Bolsonaro.
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quinta-feira, 2 de junho de 2022

Editorial: O "Posto Ipiranga" e a reeleição de Jair Bolsonaro.



 A jornalista Clarissa Oliveira, através de sua coluna da revista Veja, levanta uma questão importante nessas eleições. Numa eventual derrota do projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro, quem poderia ser responsabilizado? Os méritos da vitória geralmente são solitários, mas as derrotas costumam ter muitos responsáveis. Alguns fatores podem contribuir para uma derrota política - especialmente quando se trata de reconduzir um mandatário para mais um período de governo - mas, a rigor, os cientistas políticos e especialistas no assunto concordam que um fator em particular pode ser decisivo: o desempenho da política econômica. Como diria o cientista político Antonio Lavareda, nenhum governo do mundo está infenso às taxas elevadas de inflação. 

E, neste quesito, nossa quadra é das mais preocupantes, com a carestia de itens básicos da alimentação, elevação dos preços dos combustíveis e das tarifas de enérgia elétrica, a despeito das tempestades que estão caindo no país. Neste caso, as atenções se voltam para o Ministro da Economia, Paulo Guedes, que ficou conhecido como o "Posto Ipiranga". Depois dos efeitos da pandemia e da Guerra na Ucrânia, suas margens de manobra ficaram sensivelmente reduzidas. 

Numa fala mais recente, em encontro no exterior, ele acenou com a possibilidade de conceder um aumento para os servidores públicos federais, uma categoria que amarga anos sem recomposição salarial. Ainda assim, com índices modestos. A ideia inicial seria conceder tais aumentos apenas para os policiais, mas isso gerou uma grita generalizada na categoria, inclusive alimentando alguns iniciativas grevistas. Geralmente, em ano de eleições presidenciais, esses aumentos são concedidos. 

As pressões sobre Paulo Guedes são muitas, sobretudo depois que o presidente Jair Bolsonaro parou de crescer nas pesquisas de intenção de voto e o Auxilio Brasil não produziu os dividendos eleitorais que eram esperados pelo Governo e o Centrão. Nas previsões otimistas do senador Ciro Nogueira, Ministro-chefe da Casa Civil, haveria uma possibilidade concreta - a julgar pela melhoras dos seus índices nas pesquisas de intenção de voto -, de o presidente superar o adversário Lula ainda neste mês. As previsões parecem que não estão se confirmando.    

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