pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Lula e Bolsonaro: A batalha pelo sul
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segunda-feira, 27 de junho de 2022

Editorial: Lula e Bolsonaro: A batalha pelo sul


Nas últimas eleições, o presidente Jair Bolsonaro(PL) foi muito bem votado na Região Sul do país. Segundo o Instituto Paraná Pesquisas, ele continua imbatível naquele colégio eleitoral, mas há quem advogue o contrário, ou seja, de que a sua situação não seria, hoje, assim tão confortável. Polêmicas à parte, o fato é que tanto um candidato quanto o outro estão tentando ora recuperar eventuais terrenos perdidos, ora ampliar sua participação naquele colégio eleitoral, como é o caso de Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP). 

A análise do staff político bolsonarista é a de que a inflação poderia estar contribuindo para minar os apoios, em tese consolidados, do candidato Jair Bolsonaro naquela região. Isso significa dizer que mesmo os eleitores bolsonaristas mais renhidos são vulneráveis a uma inflação em alta, embora seu potencial eleitor seja de estratos sociais menos afetados pelas gôndolas de supermercados. O fato que preocupa os assessores do presidente é que, enquanto Lula tornou-se hegemônico no Nordeste, aquela região era de domínio bolsonarista e ele vem perdendo votos nesses redutos.  

Até recentemente, Lula fez sua estréia ao lado de Geraldo Alckmin na campanha exatamente por aquela região, numa visita ao Rio Grande do Sul. Foram muito bem-recebidos e a parceria parece estar dando certo, pois ambos demonstraram bastante afinidades na caminhada. No afã de agradar e vencer as resistências em redutos históricos do PT, Alckmin parece ter esquecido de sua finalidade estratégica na campanha, ou seja, facilitar o trânsito de Lula juntos os setores mais conservadores do eleitorado.Em razão, disso, vem sendo muito cobrado pelos assessores do ex-presidente Lula. 

No campo governista, a granada caiu no colo do Ministro da Economia, Paulo Guedes, uma vez que se formou um consenso de que os problemas da candidatura de Jair Bolsonaro tem uma raiz nos problemas econômicos que o país atravessa. Nos escaninhos da política, comenta-se que até mesmo a saída de Guedes chegou a ser cogitada, mas o episódio poderia colocar mais lenha na fogueira. Poderia ter uma repercussão ainda pior no mercado. Há uma série de medidas cozinhando em banho maria, algumas, como já dissemos antes, radicais. 

Até mesmo o aumento do Auxilio Brasil- de 400 para 600 reais - está praticamente decidido, mas seria prudente, por exemplo, identificar as verdadeiras razões pelas quais o Auxilo Brasil não atendeu às expectativas de tornar-se um suporte para a candidatura de Jair Bolsonaro. Um percentual expressivo dos beneficiários mantém-se fiéis ao ex-presidente Lula e não seria, apenas, em razão do aumento dos valores que mudariam seu voto. Imaginário social é coisa muito séria. Não seria surpresa se os beneficiários não estejam associando o programa ao Governo Bolsonaro, mas aos velhos tempos do surrado "Bolsa Família" da era Lula. 

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