pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: A elite reacionária brasileira não aceita Lula sem chuchu
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sexta-feira, 17 de junho de 2022

Editorial: A elite reacionária brasileira não aceita Lula sem chuchu



É curiosa essa engenharia política brasileira. Ou,mais precisamente, a margem de manobra facultada por nossa elite política e econômica para os setores representativos do campo progressista. Outro dia, aqui no Estado de Pernambuco, um candidato do PCB, em entrevista, afirmou que Lula não seria mais um candidato de esquerda. E não é mesmo. Faz algum tempo que ele deixou de sê-lo. Do contrário, seria inviável ocupar a cadeira do Palácio do Planalto. O próprio Jaques Wagner, um dos seus assessores mais próximo, deixou claro que Lula não faria um governo do PT. 

Hoje, todas as perspectivas de viabilidade eleitoral do candidato indicam que ele deve ampliar seu lastro político junto aos setores mais conservadores da sociedade. Difícil é explicar isso para o "cercadinho", ou seja, para os militantes históricos da legenda. Por alguma razão, o ex-governador Geraldo Alckmin colocou na cabeça que deveria ser simpático a estes setores do partido. Simpático não diria, mas, pelo menos, deveria quebrar a resistência ao seu nome junto a esses setores. Tudo em vão. Ainda ontem, por ocasião se uma visita ao lado do ex-presidente Lula ao Rio Grande do Norte, voltou a ser vaiado pela militância do partido quando o seu nome foi anunciado pelo locutor, causando um inevitável constrangimento. 

Os bombeiros tentaram apagar o incêndio ou minimizar as consequências, mas fica sempre aquela situação desagradável. Paulinho da Força, do Solidariedade, também enfrentou o mesmo constrangimento e ameaçou até mesmo abandonar a aliança com os petistas. Foi preciso muita saliva para fazê-lo desistir da ideia. Não se imagina Geraldo Alckmin voltando atrás na ideia de acompanhar o petista nesta empreitada, mas que é desagradável é. Geraldo passou uma temporada para tomar a decisão de aceitar o convite para ser vice de Lula. Não é possível que ele não tenha colocado essa questão entre as suas conjecturas. 

Geraldo passou a ser cobrado pelos assessores de Lula exatamente para ampliar o cardápio de Lula com chuchu junto aos setores conservadores do eleitorado e eventualmente mais resistentes ao petismo. Quem vaia Geraldo é aquele eleitorado que não deixaria de votar em Lula de jeito nenhum. O lance seria conquistar o voto daquele eleitorado ainda refretário a Lula e, neste sentido, Geraldo Alckmin poderia dar uma grande contribuição.  

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