Somente mais recentemente, através de um curso sobre literatura indígena e africana, tomamos conhecimento sobre os textos da escritora, professora e ativista indígena Eliana Potiguara, que já teve seu nome indicado para o Prêmio Nobel de Paz, juntamente com outras mulheres com igual estirpe. Nesses cursos, descobrimos coisas interessantíssimas, como uma jovem negra do Maranhão que concebeu um romance - aliás o primeiro romance escrita por uma mulher negra no mundo - em pleno período mais nebuloso da escravidão naquele estado e no país. Como isso se tornou possível? Talvez nem o Laurentino Gomes consiga responder.
Eliana Potiguara é considerada hoje a escritora indígena mais conceituada e respeitada do país. Até recentemente foi lançado um documentário sobre ela, produzido por Alberto Alvarez Hernandes, intitulado Uma Aldeia em Mim. Num dos nossos romances em construção, ambientando ali na fronteira entre Pernambuco e Paraíba, durante o período da Invasão Holandesa, mais precisamente no distrito de São Lourenço, em Goiana, tivemos a oportunidade de flertar com os povos Potiguara, em geral, em particular com a escritora, resgatando algumas tradições culturais e religiosas locais, solenemente resgatadas em sua obra.
Este editor tem alguns compromissos com a comunidade quilombola de São Lourenço, visitada regularmente com os alunos e alunas durante os saudosos anos de batente de sala de aula. José do Nascimento, o seu Jipe, Dona Sebastiana, sua esposa já falecida. Dona Lourdes, liderança de um dos poucos espaços de exercício de culto afro-indígena da região. São Lourenço é área do antigo quilombo do Catucá, comandado pelo líder Malunguinho, hoje uma entidade da Jurema.
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