pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Um dia difícil para o presidente Lula.
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quinta-feira, 24 de abril de 2025

Editorial: Um dia difícil para o presidente Lula.



Ontem, dia 23, o presidente Lula teve um dia daqueles. Poderíamos dizer por aqui um dia de cão, expressão largamente utilizada nessas ocasiões, mas a crise institucional\jurídica em que o país está mergulhado inspira cuidados. O presidente começou o dia com a repercussão sensivelmente negativa da recusa do deputado federal Pedro Lucas Fernandes(UB-MA) em aceitar a indicação do Governo Lula 3 para o Ministério do Turismo. Pedro Lucas chegou a ser anunciado como o novo ministro da pasta por Gleisi Hoffmann, Ministra da Articulação, em substituição a Juscelino Filho, recentemente demitido do cargo. Ambos são do União Brasil, mas sugere-se que haviam outros requisitos que o parlamentar atendia bem, como o sinal verde de um padrinho forte em Brasília, que tem ajudado o Governo no limite de suas possibilidades, embora a fatura cobrada seja alta. A recusa deixou o Governo atordoado, mas a capacidade de reação, conforme afirmamos pela manhã, é muito reduzida,  em função das contingências politicas frágeis do Governo Lula 3. O União Brasil já navega com os pés em duas canoas, mas Davi Alcolumbre, Presidente do Senado Federal, conseguiu emplacar mais indicado no Governo: O pernambucano Frederico Siqueira.   

À tarde, começaram a repercussão de uma nova pesquisa realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas, acerca da popularidade do Governo Lula 3. A pesquisa, assim como uma outra anterior, realizada pelo Instituto PoderData, evidencia que a popularidade do ex-presidente continua em queda livre. Não deu nem para comemorar o esboço de uma possível reação, apenas insinuada na pesquisa do Datafolha de semanas atrás. Parece paradoxal, mas vamos reproduzir aqui uma expressão utilizada por um economista liberal, Roberto Campos, avô do ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto: A parte mais sensível do ser humano é o bolso. Esse é o cotidiano do brasileiro comum, que hoje sente dificuldade até de adquirir um itens básicos como o ovo, que teve um aumento expressivo, quando foi prometido até picanha durante a campanha. Uma pesquisa do próprio Datafolha, em momento anterior, mostrou que a relação estabelecida pela dona de casa, pelo trabalhador, é automática. Culpam o governo de turno. Não há como responsabilizar a galinha. 

À tarde, uma reunião de crise para tentar apagar as labaredas de um mega escândalo de corrupção, desta vez envolvendo o INSS. O escândalo de corrupção no INSS é  de grande monta, envolvendo o próprio presidente do órgão, com valores estimados em mais de 6,5 bilhões, descontados irregularmente dos benefícios dos segurados. Coisa para CPI, como já sugeriu o deputado Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara dos Deputados, que já se mobiliza para uma nova cruzada em torno da obtenção das assinaturas necessárias. No dia de ontem mesmo, depois de uma reunião tensa, Lula determinou a demissão do presidente do órgão, Alessandro Stefanutto. Alessandro é filiado ao PSB, mas a direção do partido tratou logo de afirmar que ele não foi indicado para o cargo através do partido. Trata-se de cota pessoal do Ministro da Previdência, Carlos Lupi. 

Se extrairmos o denominador comum dessas três situações acima, surgem nuvens cinzentas no horizonte deste terceiro mandato do presidente Lula. Faz todo o sentido que o Ministro da Secretaria de Comunicação Institucional, Sidônio Palmeira, tenha manifestado suas preocupações em torno do assunto, por conhecer o potencial de estrago de imagem que a situação pode produzir, num momento crucial, onde se faz um esforço hercúleo para reverter os índices de impopularidade do presidente. São milhões de beneficiários lesados em todo o país, num contexto nebuloso, que será magistralmente explorado pela Oposição. O potencial de desgaste é imenso.  Nos outros grandes escândalos de corrupção os efeitos são mais abstratos, como na Petrobras, por exemplo, a despeito das somas estratosféricas em jogo. No caso do INSS, ainda ontem os idosos segurados já estavam fazendo suas continhas na ponta do lápis. 

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