pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Plano de saúde popular? O que é isso, companheiro?
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segunda-feira, 21 de abril de 2025

Editorial: Plano de saúde popular? O que é isso, companheiro?



Uma das primeiras preocupações do novo Ministro da Saúde do Governo Lula, Alexandre Padilha, sugeria que ele almejava sanar o crônico problema da lista de espera do SUS, o Sistema Único de Saúde. Já enfatizamos por aqui que, se o Governo Lula 3 abandonasse essa ideia fixa de créditos e investisse em políticas públicas estruturadoras que, de fato, viesse a sanar este problema, seria um salto quântico, capaz de melhorar seus índices de popularidade e habilitá-lo, de forma competitiva, para o pleito de 2026. Temos poucas informações acerca das ideais do novo titular da pasta do Ministério da Saúde, mas, mais recentemente, surgiu a hipótese de que ele almejava ampliar o atendimento do SUS pela rede privada de hospitais. 

Coincidentemente ou não, desde algum dia, porém, passou a repercutir a proposta de um plano popular, com serviços de consultas e ambulatoriais, ao valor previsto de R$ 100,00. A estratégia aqui é bastante conhecida, sustentada numa âncora que tem sido usada à exaustão para levantar a popularidade do mandatário, ao passo que políticas estruturadoras estão sendo subestimadas ou comprometidas. Há pouco falávamos aqui sobre a crise financeira enfrentada pelas universidades públicas pernambucanas. Estão literalmente com o pires na mão. Saúde pública no Brasil é um gravíssimo problema, mesmo o país possuindo o melhor sistema de saúde pública do mundo, o SUS, que deve ser melhorado continuamente. 

Isso é o que deve estar no horizontes dos nossos gestores. Acreditamos que a partir da década de 80\90 milhões de brasileiros de classe média perderam seus planos de saúde privada em razão da crise econômica que os impediu de arcar com as altas mensalidades. Mais recentemente, alguns planos criaram uma série de expedientes para dificultar a vida das pessoas que mantiveram, a alto custo, esses planos, uma vez que alguns deles se tornaram pouco rentáveis, quando se sabe que o que sempre esteve em jogo é o lucro e não a vida. Quando o indivíduo deixa de fazer os exames de fezes e entra nos tratamentos de alta complexidade aí é que a porca torce o rabo. 

Aqui no Recife, que possui o terceiro polo médico do país, mesmo com as mensalidade de seus planos atualizada, a classe média alta precisa recorrer à justiça para ter seus direitos assegurados, ou seja, a UTIs apenas por liminares. Com as exigências legais para o atendimento de crianças portadoras do espectro altista, eles recorreram de imediato a ANS pedindo aumento nas mensalidades. Na realidade, já existem clínicas de bairro que oferecem serviços de consultas e ambulatoriais por valores módicos, assim como "planos" que oferecem apenas esses serviços. Quando a situação se agrava, a saída é o SUS. Quando o SUS foi criado, no escopo de tendências das mais avançadas do pensamento médico à época, ao que se sabe, pretendia-se extinguir o serviço de medicina privada. O centrão da época, naturalmente, vetou. O que o centrão vetará hoje? 

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