Já mencionamos por aqui um texto sobre um mandatário que dava sempre uma resposta pronta aos seus interlocutores quando cobrado: Veremos! Com tal estratégia ele deixava sempre aos interlocutores a possibilidade de atender aos seus pleitos - diminuindo a pressão - e, por outro lado, não se comprometia em atendê-los literalmente. Se atendesse ao pleito, ficava bem na fita, uma vez que havia prometido e cumprido. Se não atendesse, também não saia tão chamuscado, uma vez que, a rigor, nenhum compromisso havia sido assumido efetivamente. Depois dos diálogos com os dois outros Poderes da República sobre o assunto anistia aos condenados e implicados na tentava de golpe do 08 de janeiro, o senhor Hugo Motta escorregou - ou ganhou tempo - utilizando-se de três estratagemas que estão dando certo.
Dividir a responsabilidade de uma decisão com outros líderes partidários, isolando o PL e minimizando o seu ônus; argumentar que a lista de espera de projetos de urgência é imensa, deixando a anistia no fim da fila; discutir uma proposta alternativa à anistia, propondo uma diminuição da pena aos implicados, apenas em alguns caso, uma vez que a carruagem jurídico aponta que não deverá haver saída para os 37 que estão nos núcleos golpistas, inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro, cuja denúncia já foi aceita pelo STF. A diminuição das penas é uma proposta que pode ser estudada pela Suprema Corte. Anistia está fora de cogitação.
Hoje, 24, foi dado o ultimato ao Presidente da Câmara dos Deputados para pautar em caráter de urgência o PL da Anistia. Hugo Motta já disse que não pautará o PL em caráter de urgência, provocando uma reação dura na Oposição. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante já disse que pode romper com Hugo Motta. Outros líderes da Oposição se manifestaram a este respeito, sugerindo um travamento seletivo da pauta. Não precisamos entrar nos detalhes sobre esta tal "seletividade". Caso esta situação seja revertida em favor da Oposição na Câmara dos Deputados, ainda assim, a Anistia tem duas barreiras intransponível pela frente: O Senado e o STF.
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