Alguns jornalistas tiraram a conclusão, e equivocadamente, que o Governo Lula 3 estaria recuperando a imagem positiva junto à população. Precipitada e equivocada porque as últimas pesquisas indicam exatamente o contrário. O escândalo de corrupção do INSS estourou no momento em que o Governo ostenta seus piores índices de avaliação. 57,4% no Paraná Pesquisas e 53% do DataPoder. Faz todo o sentido as preocupações da SECOM, leia-se Sidônio Palmeira, de que o escândalo de corrupção do órgão possa contribuir para agravar ainda mais esta situação. Salvo melhor juízo, o marqueteiro esteve na reunião de crise onde ficou decidido o afastamento do presidente do órgão, Alessandro Stefanutto.
Aliás, como Lula já estava inteirado da situação, solicitou ao seu Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, que demitisse o assessor durante a entrevista, o que não ocorreu, fato que produziu alguns ruídos entre os dois. Embora o seu partido, o PDT, não tenha muitos parlamentares, Carlos Lupi é um ministro estratégico. Ele representa a capilaridade do Planalto junto à malha sindical. O Governo Lula 3, através da SECOM, estaria preparando toda uma estratégia para minimizar os efeitos do estrago de imagem produzido por mais este escândalo de corrupção. A ideia é dizer que o Governo cortou na pele, que isso ocorre desde 2016 e, principalmente, que o montante descontado indevidamente dos segurados será devolvido.
Conforme comentamos no dia de ontem, fica no plano do abstrato para o eleitor comum entender os danos produzidos pelo rombo da Petrobras, do montante desviado na construção das arenas da copa, mas, por outro, lado, esta corrupção do INSS ele pode calcular na ponta do lápis. Mesmo que o Governo devolva, ele irá sempre imaginar que foi lesado num montante bem mais expressivo. Não há agenda positiva que se contraponha a isso. O Governo tem sérios problemas por aqui, a começar pelo esmiuçamento dos descontos indevidos, identificação dos segurados e a capacidade de as entidades beneficiadas poderem honrar com essas devoluções.
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