pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Universidades federais em Pernambuco atravessam grave crise financeira.
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domingo, 20 de abril de 2025

Editorial: Universidades federais em Pernambuco atravessam grave crise financeira.


A semana foi marcada por alguns encontros entre os reitores das universidades públicas pernambucana, todas elas enfrentando dificuldades financeiras para manter os seus serviços à comunidade. Difícil dizer se as dificuldades atuais, sobretudo na educação superior, possam já refletir as previsões sombrias para o colapso das contas públicas em 2027, mas não seria improvável. Há, igualmente, verbas retidas de emendas parlamentares, algumas delas destinadas às universidades públicas, em razão das dificuldades encontradas pelo STF acerca dos mecanismos de controle sobre a sua aplicação e, mais importante, a prestação de contas dessas verbas destinadas às IFES. Podemos aqui estarmos fazendo algumas ilações, em razão de não conhecermos a realidade mais objetivamente, já que estamos tratando de coisas básicas, ao que se presume, de verbas de custeio. Isso é muito sério. Durante os governos de FHC, onde adotava-se uma política que favorecia a iniciativa privada em detrimento das instituições públicas, faltava até papel higiênico. 

Em todo  caso, as nuvens permanecem cinzentas para a saúde financeira de nossas instituições universitárias. Na semana passada líamos uma matéria do Marcozero Conteúdo sobre a situação preocupante em que se encontra o nosso saudoso CFCH, que carece de algumas intervenções em suas instalações físicas. Talvez isso não seja viabilizado exatamente em razão dessas dificuldades financeiras. Bateu um sentimento de tristeza neste editor em ver o prédio naquelas condições. Nosso percurso na UFPE ia do CAC ao CE, passando pelo CFCH. Muitas saudades dos seminários do professor Manoel Correia de Andrade; ouvir o professor Antônio Paulo de Resende falar com tanto entusiasmo sobre o anarquismo e a luta operária em Pernambuco;  o vigor intelectual do mestre Michel Zaidan Filho, sempre acompanhado de sua legião de admiradores, em razão de suas irretocáveis posições políticas e intelectuais, assumidas com veemência.

Paulo Henrique Martins e suas teses sobre a origem da Economia Solidária, possivelmente francesa, se aprendemos alguma coisa sobre o assunto; a energia positiva da professora Silker Weber, que tornava suas aulas tão atrativas; o "Tropical" da cantina do Daniel; o Bar da Tripa, que servia uma tripa de porco deliciosa, mas tão salgada que nos contingenciava a matar a sede com cervejas, ouvindo os improvisos de Guimarães, imitando o Frank Sinatra, cantando Let Me Try Again. Momentos de descontração que ajudavam a contornar as preocupações com a disciplina de Métodos e Técnicas em Pesquisa, ministrada pelo simpático professor José Carlos Wanderley, ponto de corte do programa de pós-graduação. Aquele servidor da biblioteca setorial, que jamais esquecemos a imagem, que sempre perdoava as nossas multas dos livros por atraso na devolução. Gente assim merece sempre menções honrosas.  

Vamos ser francos por aqui, sem "melindrar", que se tornou o verbo da moda. Lula já foi mais sensível aos anseios da comunidade acadêmica, assim como de sua base histórica de apoio político. Setores do próprio PT reclamam sobre a necessidade de uma correção de rumos. Não é por outro motivo que o PT hoje anda tão dividido. Uma divisão maior do que em outros tempos, a julgar pelas candidaturas que se lançam contra a corrente hoje hegemônica na legenda, a CNB. A rigor, até mesmo a CNB está dividida. Movimentos sociais como o MST já foram mais próximos ao partido. Nas últimas eleições trataram de ampliar suas bases de representação no parlamento e seus líderes negociam diretamente parcerias com países como a Venezuela. 

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