João Domingos, de O Estado de S.Paulo
O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles está se filiando ao PSD em São Paulo, para onde transferiu seu domicílio eleitoral. A desfiliação do PMDB de Goiás foi pedida nesta quinta-feira, 6, por Meirelles, segundo fontes. O ex-presidente do BC fica, assim, pronto para disputar a prefeitura de São Paulo, caso o tucano José Serra não se lance candidato nas próximas eleições.
O convite para Meirelles ir para o PSD foi feito pelo próprio presidente do novo partido e prefeito atual de São Paulo, Gilberto Kassab. Em março, Kassab já havia sinalizado interesse em se aproximar do economista já com foco na disputa eleitoral de 2012, conforme revelou o Estado. Em busca de novos nomes, Kassab consideraria o economista uma boa aposta em razão do perfil de administrador de Meirelles e por ser novidade eleitoral na cidade. “Eu tenho muito respeito pelo Meirelles, não descartaria apoiá-lo”, disse o prefeito em abril.
Dentro do PSD, alguns nomes aparecem como possíveis candidatos. Em primeiro está o vice-governador Guilherme Afif e, com menos apoio, o recém-filiado secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider. Publicamente, Kassab disse que apoiaria a candidatura de secretário do Meio Ambiente, Eduardo Jorge (PV).
O convite para que Meirelles deixasse o PMDB e se filiasse ao PSD foi feito por Kassab há cerca de um mês e ganhou força depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) garantiu a legenda para o partido, na semana passada. Meirelles, no entanto, só se decidiu a trocar de legenda e de domicílio eleitoral em cima da hora. Na quinta-feira ele pediu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Goiás a desfiliação do PMDB. No mesmo dia Meirelles comunicou a seu antigo partido que estava saindo.
“Henrique Meirelles terá o tratamento que merece no PSD”, disse o secretário-geral do partido, Saulo Queiroz. “Ele é uma figura de destaque, uma das mais importantes aquisições do PSD”. Queiroz afirmou que a eventual candidatura de Meirelles a prefeito de São Paulo representa um nocaute nas pretensões do ministro Fernando Haddad (Educação), o preferido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para disputar a sucessão do prefeito Gilberto Kassab.
Henrique Meirelles busca a alternativa de se candidatar a um cargo majoritário desde 2002. Na época, no PSDB, ele tentou um lugar na chapa para senador pelo Estado de Goiás, mas foi preterido pelo partido e teve de disputar uma vaga de deputado federal. Foi o mais votado. Não chegou a assumir a cadeira. Assim que foi eleito, Lula o convidou para ser presidente do Banco Central no governo petista. Meirelles teve de renunciar ao mandato de deputado federal e se desfiliar do PSDB.
Em 2009 ele foi convidado pelo PMDB, sob o argumento de que poderia concorrer ao governo do Estado. Mas as disputas internas no partido levaram à candidatura do então prefeito de Goiânia, Iris Rezende. O vencedor, no entanto, foi o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), um antigo aliado de Meirelles, que ainda tinha esperanças de ser convidado para a vice-presidência, mas foi preterido. Agora, enfim, poderá ser candidato a um cargo eletivo, embora não por seu Estado natal, mas por São Paulo.
Meirelles é hoje presidente do Conselho Público Olímpico, órgão criado pela presidente Dilma Rousseff para coordenar as obras previstas para a realização da Olimpíada em 2016, no Brasil. Ele também foi sondado para assumir um cargo na Fifa para coordenar a realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, em 2014.
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