Nove de outubro, Dia Mundial dos Correios. A data é motivo de festa para milhares de trabalhadores que atuam nesta área tão estratégica para qualquer nação. No caso brasileiro, não há razões para comemorar. Ao longo do governo do PT, a reputação e a qualidade dos serviços da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos vêm sendo minadas pela má gestão, fruto de um aparelhamento partidário que traz consequências nocivas para os 107 mil funcionários da ECT e para a população. A greve que há mais de 20 dias impede a entrega de mais de 150 milhões de cartas e encomendas apenas reforça a crise sem fim na estatal.
Menos investimentos, mais gastos – Números oficiais do Ministério do Planejamento atualizados pela Assessoria Técnica da Liderança do PSDB na Câmara ajudam a explicar o processo de sucateamento da ECT. Na comparação entre 2005 e 2010, os investimentos despencaram 31,7%, passando de R$ 374 milhões para R$ 255,8 milhões. Já os gastos correntes aumentaram 27,2%, saindo de R$ 9,2 bilhões para R$ 11,7 bilhões em números corrigidos pelo IPCA – indicador oficial da inflação. Nesta equação, o incremento das despesas não trouxe qualquer reflexo na melhoria dos serviços, enquanto a queda nos investimentos explica a crescente perda de qualidade.
Para o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), o governo do PT prejudicou muito os Correios, uma instituição que era extremamente respeitada pela sociedade. “Além da baixa de investimentos e do aumento das despesas, ou seja, uma inversão total da boa aplicação dos recursos do contribuinte, ainda temos uma greve paralisando vários serviços primordiais, prejudicando ainda mais a população”, criticou. “O PT, que tanto usou os Correios e outras estatais como bandeira supostamente na defesa dessas instituições, é o que mais mal causou a elas todas”, completou o líder tucano.
No vácuo da ineficiência e das falhas administrativas de uma empresa disputada nos últimos anos por legendas como PT, PMDB e PTB, o mercado privado tem investido pesado e tirado milhares de clientes dos Correios, até porque o consumidor teme que sua encomenda nunca chegue ao destino.
Auditoria do Tribunal de Contas da União concluída no final de 2010, por exemplo, mostrou que o percentual de cartas não entregues desde 2009 quase dobrou. Conforme o tipo de produto, os atrasos quintuplicaram. As sucessivas demoras e extravios provocaram uma explosão de queixas e indenizações. A situação chegou a tal ponto que houve um forte temor de apagão postal no país, situação agora vivenciada pelos brasileiros em virtude da greve.
Como comprova a série de reportagens especiais publicadas nesta sexta-feira, a decadência dos Correios é apenas um símbolo da herança nefasta deixada pelo PT à frente do país.
(Reportagem: Marcos Côrtes e Alessandra Galvão/ Foto: Ag. Brasil/Áudio: Elyvio Blower)
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