Há algumas situações políticas que tornam-se insustentáveis. É bem o que vem ocorrendo com o Ministro do Esporte, Orlando Silva. Dilma Rousseff parece convencida de que é necessário tomar algumas medidas, convida-o ao Planalto, conversa vai, conversa vem... e nada. O último grande diálogo de Dilma foi com o Presidente Nacional dos comunistas, deputado Renato Rabelo, então cotado para substituí-lo. Renato, em encontro mantido com a presidente e os ministros Gilberto Carvalho e Gleisi Hoffmann, logo perceberia a disposição irrefreável do Planalto em passar o rodo em Orlando Silva , mas ele resiste, invoca a solidariedade dos camaradas – aliás, eu nunca vi um partido ser tão solidário com o seu representante como tem sido o PCdoB com Orlando Silva. Ontem, na Câmara dos Deputados, o ministro passou por um grande constrangimento, inviabilizando sua fala sobre a Lei Geral da Copa. Agora é o acatamento de um pedido oficial de investigação, inviabilizando de vez sua permanência no Ministério do Esporte. Não há mais alternativas políticas. Compete a Dilma convencer os dirigentes partidários a indicar um outro nome para substituir Orlando Silva. A reticência de Dilma Rousseff, entretanto, é em razão das afinidades com a legenda e à postura do Partido, que tomou para si as acusações e foi até as últimas consequências na defesa de sua história e do seu currículo. Demitir Orlando, embora inevitável, macula a imagem de uma instituição pardiária com 89 anos de história e de luta por uma sociedade de maior justiça social. Embora materialistas, queira Deus não se estabeleça nenhuma conivência ou beneficiamento dessas maracutais pelo "aparelho", camaradas.
Nota do Editor: O post foi escrito um pouco antes da demissão do Ministro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário