A união entre o empresário Tasso Jereissati e os Ferreira Gomes, no Ceará, representou o início de um novo ciclo político naquele Estado, desbancando velhas oligarquias que se revezavam no poder – algumas ainda forjadas, na Ditadura Militar. Se, num primeiro momento, o fato contribuiu para um arejamento do sistema político local, logo se corporificaria o embrião de uma neo-oligarquia, assimilando os mesmos vícios apontados nos seus adversários. Sintomático do fenômeno é que alguns jornalistas passaram a se referir a Tasso como “coronel”. Nas eleições passadas, Tasso entrou na lista dos “urubus voando de costa”, de Luiz Inácio Lula da Silva. Lula fez gestões no sentido de impedir que os Ferreira Gomes apoiassem o nome de Tasso para o senado, numa espécie de aliança branca. Ainda bastante prestigiado naquele Estado, tinha-se como certo que a manobra não seria exitosa e que Tasso ocuparia uma das vagas para o Senado como representante do Ceará. Somava-se a isso o fato de Ciro – muito próximo a Tasso – estar magoado, em função de o seu nome ter sido rifado pelo PSB. Vítima desses ardis, Tasso perderia aquelas eleições, tornando-se um político ainda mais magoado com o Planalto e com os irmãos Ferreira Gomes. Na última reengenharia da engrenagem partidária do PSDB, coube ao ex-senador cearence o comando do Instituto Teotônio Vilela, órgão responsável pelas reflexões acadêmicas dos tucanos. No programa local do PSDB local, exibido ontem, Tasso acionou sua artilharia pesada contra Cid Gomes, denunciando sua postura na última greve da categoria dos professores, onde alguns profissionais teriam sido agredidos pela Polícia Militar ao tentarem acompanhar a votação de um projeto de seu interesse.
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