pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: O xadrez político das eleições municipais de 2016, no Recife: Nas eleições do Recife poderá acontecer tudo, inclusive nada.
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segunda-feira, 20 de junho de 2016

O xadrez político das eleições municipais de 2016, no Recife: Nas eleições do Recife poderá acontecer tudo, inclusive nada.



José Luiz Gomes

Desde as eleições municipais recifenses de 2012 que mantemos o hábito de publicarmos, aqui pelo blog e em outros espaços, nossos artigos de análise de conjuntura sobre o pleito. Outro dia ficamos espantados com o número de artigos já escritos sobre as eleições de 2016, cujas análises foram iniciados bem cedo, antes mesmo da definição de candidaturas. No calor dos debates daquelas eleições de 2012, antecipamos, num artigo que viralizou nas redes sociais, que o senhor Geraldo Júlio(PSB), ganharia aquelas eleições, o que , à época, suscitou muitas insatisfações nas hostes petistas. Gestões foram feitas, sabe-lá por quem, para a retirada do artigo, publicado no site de uma instituição federal aqui do Recife.Hoje, o Jornal Folha de Pernambuco, acaba e publicar a primeira pesquisa de intenção de voto para as eleições municipais do Recife, em 2016. 

A pesquisa foi realizada a partir de uma parceria do IPESPE e aquele jornal. O empresário e cientista político Antonio Lavareda, consultor do IPESPE, escreveu um artigo sobre o assunto. Lavareda é considerada uma autoridade nacional sobre o tema, acompanhando campanhas, dando assessoria a governos, debatendo e publicando livros e artigos sobre eleições e pesquisas eleitorais. Pesquisa é a sua especialidade. Concedeu uma longa entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, até recentemente, onde se pronunciou até mesmo sobre as eleições americanas,instigado por uma jornalista presente ao programa. Seu artigo sobre as eleições municipais do Recife, em 2016, é bastante técnico, comedido, limitando-se apenas ao essencial. 

É uma artigo sem  emoções, uma avaliação fria dos números e como eles se aplicam à realidade presente dessa eleição, que deverá ocorrer daqui a poucos meses. Candidatos competitivos são aqueles que aparecem pontuando em dois dígitos. Os demais terão muita labuta para se tornarem competitivos. No momento, aparecem como candidatos competitivos apenas o atual prefeito, Geraldo Júlio(PSB), que é candidato à reeleição, pontuando com 25% das intenções de voto. Logo em seguida aparece João Paulo(PT), cuja candidatura foi oficializada somente nesta semana, que pontua ali em 23%, rigorosamente empatado tecnicamente com o atual gestor, numa margem de erro que se situa em 3,5.Dependendo de onde se trabalhe essa margem de erro, João Paulo(PT) poderia estar até na frente. Em terceiro lugar vem o nome do tucano Daniel Coelho, com 13% as intenções de voto. O segundo pelotão, dos candidatos ainda não competitivos, é  onde aparecem, com ligeiras variações, os nomes de Priscila Krause (DEM), Sílvio Costa Filho (PRB), Edilson Silva(PSOL) e Augusto Costa(PV). Ainda de acordo com Lavareda, os percentuais de aprovação da gestão de Geraldo Júlio,no momento, indicam que ele é "vulnerável". 

Uma boa margem de segurança seria uma avaliação que, entre boa e ótima , variasse em torno de 40% e ele está abaixo disso. Um dos fatores determinantes que podem explicar essa dianteira dos candidatos Geraldo Júlio e João Paulo é o recall, ou seja, o conhecimento que os eleitores possuem deles. Ambos carregam, no entanto, altas taxas de rejeição junto ao eleitorado, o que nos permitem incluir aqui mais um fator que indica uma disputa renhida nessas eleições. Convergimos com Lavareda no tocante à influência da conjuntura política nacional e seus reflexos diretos nas eleições do Recife. 

Conforme afirmamos em artigos anteriores, talvez em nenhum outro momento da história recente das eleições municipais nas regras do jogo do período pós- redemocratização, teremos um peso nacional tão expressivo numa eleição municipal. "Coxinhas" e "mortadelas" estarão nas ruas se enfrentando  sob um clima de muita instabilidade política e, possivelmente, econômica. No mais, se naquelas eleições de 2012, muito antes da apuração das urnas, já afirmávamos que Geraldo Júlio seria o prefeito, no momento, parafraseando uma expressão utilizada pelo próprio Lavareda,numa alusão ao poeta, nas eleições do Recife poderá acontecer de tudo, inclusive nada. 

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