O escritor, pesquisador e professor Frederico Coelho, que lança biografia de Jards Macalé pela Numa Editora (Foto: Divulgação)
Toda semana, uma
seleção de lançamentos
curados pela Cult
[Jards Macalé: eu só faço o que quero, Fred Coelho]
“O nome Jards Macalé deve nos remeter à melhor tradição do compositor popular: aquele que, ao invés das sombras, sempre esteve no palco cantando”. Neste ensaio biográfico, o escritor, pesquisador e professor Fred Coelho busca “ampliar uma historiografia que faz dessa obra riquíssima uma pálida presença”. O autor mostra a vida, a obra e o tempo de Macalé para além dos rótulos que sempre o acompanharam – maldito, marginal, anárquico, rebelde – com o desejo de que os leitores o vejam como um dos artistas fundamentais da canção brasileira.
Numa, 500 páginas, R$83
[O artista improdutivo, Laura Erber]
Nesta coletânea de treze ensaios escritos entre 2015 e 2020, a escritora e artista visual Laura Erber observa a relação entre arte e política a partir de biografias de artistas como Tunga, Rosana Paulino e Anna Bella Geiger, e de discussões como monumentos e pixações no espaço urbano. O último ensaio, que dá nome à obra, discute o lugar do trabalho na sociedade, na arte e no mercado artístico contemporâneo ao passear por temas como o ócio, o produtivismo e a mercantilização do imaterial. Erber é autora também dos livros Os corpos e os dias (De Cultura), Ghérasim Luca ( EdUERJ) e Esquilos de Pavlov (Alfaguara).
Ãyiné, 180 páginas, R$89
[Racismo, Douglas Rodrigues Barros]
Por que ainda há pessoas que creem não haver racismo no Brasil? O escritor e doutor em Ética e Filosofia política pela Unifesp Douglas Rodrigues Barros desmistifica lugares comuns sobre a questão racial no Brasil, como a ideia de que, por aqui, se tenha alcançado a miscigenação pacífica entre as raças. “A repetição acrítica dessa noção oculta o processo radical de violência da miscigenação e do Estado policialesco no Brasil que dizima anualmente milhares de negros e indígenas”, escreve. Barros é também autor dos livros Lugar de negro, lugar de branco? Esboço para uma crítica à metafísica racial (Hedra).
Fibra, 130 páginas, R$55.
[Atenções esparsas, Edith Södergran]
Lançado originalmente em 1919, logo após a Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa, o livro reúne aforismos de Edith Södergran, uma das maiores poetas nórdicas e precursora do modernismo nessa literatura. Nos textos, a autora se depara tanto com o horror quanto com a possibilidade de um mundo novo. A edição brasileira traz ainda o que é considerado o primeiro manifesto modernista da literatura nórdica, escrito por Södergan e enviado para um jornal em formato de carta.
Usina, 86 páginas, R$40,00. Tradução de Cecília Schuback.
[Menino de ouro, Claire Adam]
Na zona rural de Trinidad e Tobago, os gêmeos de 13 anos Paul e Peter vão todo dia à capital, Port of Spain, para estudar. Peter é o “gênio” da família, e Paul é visto como esquisito. Sob ameaças de que se não se comportasse seria enviado a um hospício, Paul um dia desaparece depois da escola – e a busca do pai para encontrá-lo o leva por um caminho de escolhas impossíveis. O romance de Adam, nascida em Trinidad e Tobago, entrou na lista da BBC como um dos cem romances mais influentes de 2019.
Todavia, 272 páginas, R$67. Tradução de André Czarnobai.
(Publicado originalmente no site da Revista Cult)
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