O governador Paulo Câmara(PSB-PE) se reuniu com os prefeitos da região metropolitana do Recife, com o objetivo de ajustar as medidas de contenção ao avanço do coronavírus no estado, que tem demonstrado um grande recrudescimento nos últimos dias, em todo o país. Ainda no dia de ontem, foram registradas 1.226 mortes, índice apenas comparável aos piores momentos do primeiro surto da doença entre nos, quando medidas radicais de restrições de contato social precisaram ser adotadas. Hoje, com a economia ainda mais fragilizada e a pressão do mercado, medidas assim, embora necessárias, não seriam bem-vindas, em razão da grita dos comerciantes. Ainda assim, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Calil, do PSD, resolveu correr o risco, em razão dos problemas de estrangulamento da rede hospitalar do município. Um remédio amargo, mas menos amargo do que a perda de vidas decorrentes das complicações pelo contágio com o vírus. Alguns países europeus estão radicalizando, como a Inglaterra, que determinou que os alunos ficassem em casa novamente. Aquele país europeu, inclusive, enfrenta problemas com uma variante do vírus, mas já iniciou a vacinação em massa da população.
Infelizmente, diante dos impasses com a questão da vacinação, envolvendo o poder central e os entes federados, assim como em relação ao destravamento da burocracia internacional para a aquisição da vacina - neste caso registro os avanços em relação às negociações de compra de doses produzidas pelo lnstituto Serum, da Índia - não descarto a possibilidade de os governos estaduais adotarem medidas radicais, assim como já ocorreu em Belo Horizonte, prevista para ser mantida por três semanas. Se dependesse da opinião do renomado cientista Miguel Nicolelis, que assessora o Consórcio Nordeste nesta questão, um novo lockdown nacional precisa ser adotado imediatamente, sob pena de termos dias sombrios pela frente, com leitos de UTIs abarrotados, milhares de mortos e contaminados.
Depois do encontro do governador, já li vários pronunciamentos dos prefeitos municipais de áreas litorâneas anunciando medidas preventivas para evitar aglomerações e, consequentemente, aumento do número de casos e mortes. As aglomerações que ocorrem nas praias nos finais de semana, com uma população já saturada do confinamento, certamente, contribui para a ampliação do número de casos de contágio pelo vírus. Essas medidas são um indicador de que a reunião surtiu seus efeitos positivos. Melhor ainda seria que, de forma consciente, a população se mantivesse atenta à necessidade de se adotar medidas que contribuíssem para evitar essas aglomerações, o que não vem ocorrendo. Neste caso, não resta outra alternativa que não a adoção de medidas mais duras pelo poder público, como uma nota emetida pela Secretaria de Defesa Social informando que intimará para prestar esclarecimentos quem violar as normas estabelecidas no tocante às proibições de aglomerações.
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