Infelizmente, pelo andar da carruagem política, não há como trazer notícias boas para os nossos estimados leitores e leitoras em relação ao ano que se aproxima. Tivemos um ano difícil em 2021 e todos os indicadores apontam para um ano igualmente ruim em 2022. Embora o país apresente uma queda significativa no contágio e morte pela Covid-19, a onda recrudesce nos países europeus e nos Estados Unidos, desta vez pela disseminação da cepa conhecida como Ômicron, que contaminou um milhão e meio de pessoas num único dia. É menos letal, a população está relativamente imunizada, mas os hospitais estão abarrotados de casos e medidas emergenciais de restrições tiveram que ser retomadas. Na França, o primeiro-ministro interrompeu as férias, quando o serviço de saúde pública anunciou mais de 100 mil novos casos num único dia. Isso lá na França.
Há poucos elementos para concluirmos que a economia emitirá sinais de recuperação em 2022. Isso significa recessão, desemprego e inflação alta corroendo salários, penalizando, sobretudo, aqueles estratos sociais mais fragilizados,que já se encontram no limbo, perseguindo carros de transporte de lixo, à procura de alguma coisa para comer. A elite do serviço público prepara uma possível greve para o próximo ano, insatisfeita com o atendimento de recomposição salarial para apenas a categoria dos policiais federais, quando há anos outras categorias civis não são contemporizadas. E olha que estamos nos referindo à elite do serviço público, formada por auditores, técnicos do Banco Central, servidores do judiciário, entre outros.
O terreno político continua minado e viciado, com seus tais orçamentos secretos - as chamadas emendas do relator - através das quais se distribuem milhões aos deputados sem que seja exigido o mínimo de prestação de conta. Certa estava a ministra do STF, Rosa Weber, quando alertou que tal procedimento, em última análise, é um acinte à própria democracia. Aqui na província pernambucana, na melhor das hipóteses, em 2022, talvez possamos trocar uma oligarquia familiar por outra. Essas oligarquias familiares continuam hegemônicas na condução dos negócios "públicos" do Estado, desde a colonização, interditando padrões de relacionamentos de natureza democrática e republicana entre entes públicos e cidadãos e cidadãs.
No mais, mesmo em tais circunstâncias, desejamos aos nossos leitores e leitoras que possamos superar tais adversidades em 2022, desejando a todos e a todas o discernimento necessário para fazermos as escolhas políticas corretas; conduzirmos nossas vidas com solidariedade aos nossos irmãos e irmãs; repelirmos de forma veemenente práticas fascistas de intolerância e assédios morais, que se tornaram recorrentes, em razão dos momentos de retrocesso e obscurantismo que passamos a viver. Um forte abraço do editor, com os agradecimentos pela convivência de 2021. Esperamos vocês em 2022!
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