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Já que o Lula, num Podcast recente, falou de tesão, acho que também podemos falar por aqui. Este blog é uma dessas nossas tesões na vida. À medida em que o tempo passa, as contingências acabam filtrando algumas dessas tesões, mas a do blog esta permanece, mesmo infringindo a este blogueiro muitas incompreensões. Dá algumas dores de cabeça, sobretudo num Estado como o nosso, onde as oligarquias familiares ainda exercem o poder econômico e político, desde tempos remotos, e desejam que os seus súditos continuem num pelourinho profundo, como observava o educador Anísio Teixeira, ao se referir às profundas desigualdades sociais, políticas e econômicas do país.
Somente mais recentemente tomamos conhecimento de que Anísio Teixeira mantinha uma boa interlocução com grandes intérpretes do Brasil, a exemplo de Gilberto Freyre, Darci Ribeiro e Sérgio Buarque de Holanda. Com Gilberto era mais plausível, em razão de alguns projetos de educação desenvolvidos por ambos, inclusive qui no Estado. Já sobre Sérgio Buarque, desconhecíamos completamente, mas suponho que tal diálogo girava em torno do patrimonialismo das instituições "públicas" brasileiras, onde tornara-se tão difícil, se não impossível, estabelecer as fronteiras entre a res pública e privada. O Estado é o quintal do homem cordial.
Está tudo dentro da "normalidade", desde que seus interesses não sejam atingidos. Quando esses interesses são atingidos ou questionados, prepare o lombo para as chibatadas. De quebra, ainda temos o banho de sal grosso, para curar as feridas ou consolidar as cicatrizes. Tudo como naqueles tempos, embora com expedientes sutis,mas igualmente danosos. Não é uma tarefa das mais simples, manter-se neste equilíbrio instável, fazendo nossas ponderações comedidas, para não suscitar a sanha dessas oligarquias políticas ou de grupelhos de orientação fascista. O blog é simples, gratuito, não conta com nenhuma espécie de financiamento, mas mantém uma audiência relativamente expressiva para o seu perfil, o que significa dizer que algumas pessoas gostam do que escrevemos por aqui, mesmo que tenhamos trilhado o caminho da ponderação nos últimos anos, evitando as radicalizações. Já fomos bem mais ousados no passado e conhecemos os custos dessa ousadia.
Os compatriotas brasileiros e brasileiras são, ainda, quem mais prestigiam o blog, em levantamentos mais consistentes. Temos uma frustração pela pouca receptividade junto aos internautas de língua espanhola. Curioso que países árabes acessem mais o blog do que alguns países da América Latina ou Central, por exemplo. Europeus, russos e americanos, por sua vez, também nos prestigiam bastante, embora ainda sejam raras as matérias publicadas em língua inglesa. Escrevemos bastante sobre a democracia americana por aqui, sobretudo nos períodos das eleições. Há, igualmente, muitas referências de pensadores americanos em nossos editoriais - como Martin Lipset, Edward Banfield - o que talvez motive tanto interesse na terra do Tio Sam. Em apenas um dia, de 02\12 a 03|12, tivemos quase 10 mil acessos dos Estados Unidos.
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