Muito tem se especulado em torno do destino do prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira(PL), inclusive, admitimos, aqui por este blog. Há motivações para isso, afinal, ele poderia ser o fiel da balança no contexto das articulações das forças de oposição, visando as eleições estaduais de 2022. Um acordo político com este ator interessaria, por exemplo, ao prefeito de Petrolina, Miguel Coelho(DEM) e a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra(PSDB-PE), quando se está em jogo, por exemplo, um necessário processo de metropolitanização desses prováveis candidatos, que possuem bases políticas interioranas.
Alguém poderia argumentar, por outro lado, que, uma vez mantidos seus projetos majoritários, interessaria ao jovem prefeito, penetrar nos redutos interioranos. E é verdade. A rigor, se fosse possível construir um consenso entre esses jovens prefeitos haveria, necessariamente, a contingência de se integrar essas zonas eleitorais do Estado de Pernambuco, numa eventual composição de chapa. Como esse consenso tornou-se cada vez mais difícil, entre eles, quem tinha bases políticas no interior veio para a região metropolitana, assim como quem tinha base política na região metropolitana foi para o interior, como já se observa nas movimentações políticas desses atores políticos, a exemplo do próprio Anderson Ferreira.
Miguel Coelho(União Brasil), prefeito de Petrolina, seguiu em raia própria. Anderson Ferreira(PL), até recentemente, ainda mantinha um acordo político com a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, do PSDB. Para o bem ou para o mal, as movimentações políticas na capital federal produziram efeitos devastadores sobre a quadra política local. Caciques do PL deram carta branca ao prefeito Anderson Ferreira, desde que ele apoie o projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro no Estado, algo acordado com o presidente da legenda liberal, Valdemar da Costa Neto.
Os cavalos selados não podem passar batidos, muito menos em política. Deram a Anderson Ferreira o pão e o leite condensado. O comando do partido no Estado, com a possibilidade de ser ele mesmo candidato ao Governo, aliado a uma base política afinada com o bolsonarismo, ou seja, setores das igrejas neopentecostais, que possuem uma identidade política profunda com a família Ferreira. Em tais circunstâncias, é muito pouco provável que o acordo anterior com a prefeita Raquel Lyra seja mantido. Como ensinava nossos avós, quando um não pode e o outro não quer, as coisas não podem dar certo.
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