pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Um vice dos sonhos ou dos pesadelos.
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terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Editorial: Um vice dos sonhos ou dos pesadelos.




Não é algo incomum entre os presidentes brasileiros as considerações sobre os seus vices. Há um grande folclore político em torno deste assunto, ora apontando suas melhores qualidades, ora denunciando seus piores defeitos. Afinal, qual o perfil de vice ideal? Em tempos de calmaria, como diria os experientes pescadores, basta a este vice ser discreto, ajudar o governo - cumprindo alguma função, além da decorativa - e, naturalmente, ser confiável ao chefe. Em épocas de turbulências, mares agitados e revoltos, outros requisitos podem ser exigidos, como a capacidade de levar o barco "devagar".  

Nos últimos anos, na história repulicana brasileira recente, certamente, quem cumpriu muito bem esse papel foi o pernambucano Marco Maciel, falecido recentemente. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, certamente, não nos desmentiria. O elogiava frequentemente. Essa introdução vem a propósito das recentes notícias em torno da escolha do vice que deverá concorrer às próximas eleições presidenciais, compondo a chapa com o presidente Jair Bolsonaro(PL-DF). Como se sabe, depois de um determinado período, passou a haver um estranhamento na relação entre o presidente e seu vice, o general Mourão. Eles hoje mantém um padrão de relação estritamente institucional, protocolar. 

Há muito se sabia que ele não concorreria, nas mesmas condições, nas eleições de 2022, juntamente com Jair Bolsonaro. Como, até recentemente, o presidente celebrou algumas alianças políticas com o pessoal do Centrão, a espectativa é que surgisse dessas hostes um nome para compor a chapa. Uma raposa política, um morubixaba. Mas, segundo comenta-se nas coxias da capital federal, o presidente teria preferência pelo nome do general Braga Netto, um fiel escudeiro. Segundo ainda essas fontes, seria uma maneira de criar uma espécie de escudo anti-impeachment, já que os custos de afastar um general seriam maiores. 

Faz algum tempo que a temperatura está alta, o céu não é de brigadeiro e o mar está revolto na capital federal. Em tais circunstâncias, ensina o cancioneiro popular, leva-se o barco devagar. Há uma crise institucional em voga, que pode agravra-se diante de outras condições,como a crise econômica, que costuma fermentar ambientes políticos nevrálgicos. De fato, é preciso ter um co-piloto de confiança.   

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