pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Carnaval? Só Deus sabe quando.
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sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Editorial: Carnaval? Só Deus sabe quando.

 


Aos poucos, parece que o bom-senso vai prevalecendo entre os nossos governantes no tocante à manutenção de cuidados preventivos em relação à pandemia do coronavírus, que está longe de chagar a um fim. Algumas festas concorridas de revéillon, como a de Tambaú, em João Pessoa, ou os carnavais do Recife e Salvador estão sendo prudentemente canceladas, numa demonstração de que, finalmente,os cuidados com a saúde são mais importantes do que qualquer festividade. Há uma quarta onda no continente europeu e o surto da variante Ômicron, iniciado na África do Sul, mas que já se espalha por outros países do continente africano. Todo cuidado é pouco quando se trata desta pandemia. O fechamento do tráfego aéreo entre esses países e o Brasil, determinado pela Anvisa, foi uma medida correta, mas é preciso que tal medida venha acompanhada de outras ações preventivas. Tanto isso é verdade que, casos da tal variante já foram registrados no país. 

Salvo melhor juízo, o primeiro caso registrado no Brasil de contágio pelo vírus foi através de uma cidadã, que havia chegado da Itália,que infectou a sua empregada doméstica. Hoje são mais de 615 mil mortos, num quadro de arrefecimento, em virtude dos avanços da vacinação, mas que ainda é muito preocupante. Outro dia, ouvi uma especialista afirmar que estamos bem distante de uma situação ideal. 200, 300 mortos diários, 5 mil, 8 mil contaminados ainda é um número bastante elevado. Segundo a cientista Margareth Dalcomo, da Fiocruz,  precisamos reduzir isso a zero, vacinando 85% da população. Somente assim poderemos festejar uma vitória efetiva contra este mal. Concordamos plenamente com ela. Não é o momento de baixar a guarda. 

Um outro grande problema diz respeito ao carnaval. Há uma pressão fortíssima do mercado e da cadeia da cultura para que a festa seja, de fato, realizada. Mas, se o consenso que esta sendo construído em torno dessas megas festas prevalecer, os governantes irão preferir assumir o custo político do que o sanitário. Nunca esquecendo que o custo sanitário poderá trazer reflexos extremamente ruins nas próximas eleições. Os governadores, prefeitos de capitais que se cuidem. As pesquisas apontam que a forma como os gestores públicos trataram essa questão, nos planos estadual e federal, terá um peso nas urnas nas eleições de 2022. 

Geralmente, nessas eleições, principalmente no plano federal e no que concerne à reeleição de alguns governadores, dois fatores são determinantes: a avaliação do governante e o rumos da economia. Já pensaram sobre os reflexos em abastecer o tanque do carro antes de chegar na zona eleitoral? Avaliação ruim e inflação alta se constituem numa combinação explosiva. Agora, também, o luto da pandemia deverá se refletir nas urnas. Isso não muda nada no caso de Pernambuco, onde o governador Paulo Câmara deverá, por exigência legal, deixar de ocupar sua cadeira no Palácio do Campo das Princesas. Não esqueçamos, porém, que ele não deverá abandonar a sua carreira política e voltar à sua condição de técnico. Uma das possibilidades é que ele concorra ao Senado Federal. Depois, está entre os seus projetos, fazer o sucessor, o que significa dizer que, independentemente de qualquer circunstância, a avaliação da população sobre como ele admisntrou a crise da pandemia irá se refletir nas urnas.    

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