pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Depois de 16 anos, o Carlismo pode retormar o poder na Bahia.
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sábado, 4 de dezembro de 2021

Editorial: Depois de 16 anos, o Carlismo pode retormar o poder na Bahia.



Um visitante mais atento percebe,de imediato, o quanto o PT tornou-se uma força política efetiva no Estado da Bahia. Em nossa última visita àquele Estado, essa constatação se deu não apenas em Salvador, mas até mesmo em cidades do interior, como Cachoeira, localizada precisamente na região do Recôncavo Baiano, que precisava conhecer para colher informações e depoimentos para uma   pesquisa sobre educação e relações étnicos raciais. Ainda sinto saudades dos deliciosos sucos de genipapo, tomados na pousada, no café da manhã, acompanhado das delícias da culinária local. Esta fruta ainda é muito abundante naquela região, embora raras em Estados como Pernambuco. 

No táxi que nos levou do Aeroporto Luiz Eduardo Magalhães à Barra, o taxista, foi logo comentando sobre uma possível manobra do patriarca do Carlismo, o ex-governador Antonio Carlos Magalhães, de reestabelecer os limites da cidade de Lauro de Freitas, com o propósito de manter o aeroporto ainda dentro da capital Salvador. Pode ser folclore - ou intriga política, pois não somos nós que estamos afirmando - mas dá a dimensão do imaginário popular sobre o poder da família ACM no Estado. Nas proximidades do bairro da Barra, ele faz questão de mostrar um edifício construído, segundo ele, para abrigar apenas os descendentes do clã. Ah, já ia até esquecendo. O taxista declarou-se um petista. 

Os 16 anos de exercício de poder do PT devem ter contribuído bastante para tornar a Bahia um Estado tão polítizado, cindido entre os que apoiam o partido e os saudosistas do Carlismo. Depois de 16 anos ocupando o poder, com dois mandatos de Jaques wagner e dois de Rui Costa, com erros e acertos - como o destravmento dos metrôs urbanos - o partido parece ter entrado numa espécie de fadiga de material, embora a liderança de Lula nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, no plano nacional, possa trazer algum alento aos petistas da terra de Dorival Caymmi e Jorge Amado. 

Por enquanto, apenas uma expectativa, uma vez que, pelos últimos levantamentos de intenção de voto no Estado, o neto de Antonio Carlos Magalhães, ACM Neto(União Brasil), herdeiro do espólio político do avô, lidera com folga. A última dessas pesquisas, realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas, dá a ele uma folgada liderança, com escores que variam entre 54,8% a 56,2%. Uma vantagem significativa sobre o possível candidato do PT, Jaquess Wagner(PT-BA), que crava 23% das intenções de voto.

Até recentemente, no plano nacional, ACM Neto ficou às turras com o PL, que retirou o apoio da legenda à sua candidatura naquele Estado. Num lance de revide, ele reaproximou-se do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, numa manobra para isolar o projeto de reeleição de Cláudio Castro(PL-RJ), no Rio de Janeiro. Pela manobra, Rodrigo voltaria a filiar-se ao  União Brasil e retomaria o controle sobre o diretório do partido no Estado,  apresentando um nome para disputar o Governo. Luciano Bivar, presidente nacional do União Brasil, sugere que teria dois nomes que estariam sendo sondados como possíveis candidados à Presidência da República, nas eleições de 2022. Nas entrelinhas, ele já deixou escapar o nome de ACM Neto. Com o seu bom desempenho nas pesquisas para retomar o poder no berço do Carlismo, é pouco provável que ele embarque num projeto nacional que fica a cada dia mais congestionado, principalmente ali pelo meio (terceira via)por onde ele poderia entrar.      

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