pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Como o futebol pode contribuir para resolver conflitos políticos?
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terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Editorial: Como o futebol pode contribuir para resolver conflitos políticos?


Não me ocorre de ter entrado em muitas brigas naquela fase de adolescência, onde elas são tão comuns. No único enfrentamento direto que me vem à lembrança - depois de uma discussão durante uma pelada - levei vantagem e quase quebrava umas constelas do desafeto,que, na manhã seguinte, já estava escalando o time para mais uma disputa, desta vez na bola, de onde nunca deveria ter saído. Por outro lado, sempre procurava "tirar por menos' ou resolver as pendengas pela via da diplomacia, evitando confrontos desnecessários. As desavenças, os litígios devem ser decididos dentro de campo, consoante as regras do jogo, conforme enfatizávamos.  

Nosso time de várzea tinha uma rivalidade muito grande com o time da Companhia de Tecidos, localizada na cidade de Paulista, região metropolitana do Refice. A oligarquia industrial financiava alguns times de várzea e havia um time deles próprio, que disputava o campeonato organizado pela comunidade. Nosso time, formado pelos filhos dos operários, não contou com um tostão de recursos da Companhia. Mesmo em condições claramente desfavoráveis, nós os enfrentamos no final do campeonato daquele ano, onde aplicamos uma acachapante goleada de 4X0 no time da Companhia, com dois gols deste editor e duas pinturas - como diriam os locutores esportivos - do Nego Tom, nosso centroavante.  Um feito memorável para os moradores da Praça Monte Castelo e uma espécie de "desforra' - na esteira da luta de classe - posto qua havia um confronto aberto entre os integrantes da oligarquia familiar e os humildes operários da Companhia.    

Talvez haja, neste inocente relato - inseridos num romance histórico e autobiográfico, prestes a ser publicado- algumas lições que poderiam ser postas em prática pelos nossos representantes dos três poderes que, a cada dia, dão demonstrações não de baixar a guarda e procurar o diálogo, mas no sentido de chamar para briga, de punhos cerrados, espumando pela boca. Nos últimos anos, o tão saudável equilíbrio proposto pelo princípio do freio, pesos e contrapesos, que deve oriantar as relações entre os três Poderes da República, foi quebrado. Bom seria que, assim como no futebol, essas diferenças fossem resolvidas dentro das quatro linhas, com regras muito bem definidas - e, de preferência - respeitadas. 

Não seria prudente aqui, igualmente, procurar os culpados pela quebra desse equilíbrio tão saudável num regime democrático. Os responsáveis, por isso, aliás, são os contumazes assediadores do nosso regime de democracia que, embora frágil, é o que conseguimos construir ao longo dos anos e precisa ser veementemente respeitado e defendido, o que os ministros do STF vem fazendo com a energia e o esmero necessário. Estamos nos aproximando de uma eleição polarizada, onde os magistrado terão muito trabalho - e dor de cabeça - pela frente. Seria o momento de serenar os ânimos em torno deste assunto, mas, a julgar pelo andar da carruagem política, teremos muita encrenca até lá. 

P.S.: Contexto Político: O livro ao qual faço referência é um romance histórico - com traços autobiográfico - já submetido e aprovado para publicação por três editoras, embora este editor ainda relute em publicá-lo, procurando  definir a editora que melhor se adequa ao nosso propósito. O projeto é ambicioso, envolve a escrita de dois outros romances subsequentes, construindo uma espécie de trilogia.     


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