pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Crônica: Os apelidos curiosos da lista da Odebrecht
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terça-feira, 12 de junho de 2018

Crônica: Os apelidos curiosos da lista da Odebrecht


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José Luiz Gomes

No dia de ontem, repercutiu bastante uma decisão tomada por um juiz, quando estava em julgamento uma ação movida por uma conhecida senadora da República, que pedia uma indenização, por danos morais, a um jornalista que havia se referido a ela pelo apelido de amante, como constava nas famosas planilhas de doações da Construtora Odebrecht. Como se sabe, os caras que cuidavam da tramitações dessas "doações" eram bastante profissionais, executivos de carreira, lotados num departamento especializado da empresa:O Setor de Operações Estruturadas, que bem poderia ser traduzido como departamento de propinas e corrupção de agentes públicos. 
  
Não nutro nenhuma simpatia pelo jornalista, ligado às Organizações plim plim, que trama contra a democracia no país há décadas. Tenho, por outro lado, um grande apreço pela sanadora, mas não é esta a questão em discussão: o que está em jogo é o direito sagrado do exercício da liberdade de expressão, direito tão respeitosamente observado pelo magistrado que julgou o caso. Logo em seguida, a presidente da Suprema Corte também pronunciou um discurso enaltecendo a liberdade de expressão. Mas, discursos são discursos, e como diria o filósofo Nietzsche, eles podem estar eivados de segundas e até de terceiras intenções. Toda palavra é uma máscara e todo discurso é uma fraude, o filósofo alemão já vaticinava em Além do Bem e do Mal No caso do juiz, houve um indeferimento concreto, associado a argumentos convincentes, onde deixa claro que o jornalista não havia cometido nenhum ilícito, apenas exercido seu direito sagrado, de ofício, a partir de informações amplamente divulgadas por outros órgãos de imprensa, não havendo aqui nenhum dano a reparar. 
Já disse aqui outras vezes - mas volto a repetir - uma pena mesmo que o folclorista Mário Souto Maior tenha nos deixado tão cedo. Ele, que vivia prospectando em cartórios s nomes próprios pouco comuns - hoje teria um manancial de apelidos, cada um mais curioso do que o outro, concebidos pelos executivos da empresa, com o propósito de burlar a identificação dos órgãos de controle do Estado, assim como disfarçar a identidade desses políticos pelos funcionários mais subalternos, esses que se encarregavam, digamos assim, da expedição das propinas(ops!), doações.  
Outro dia, fiz uma conjectura por aqui sobre como se dava o processo de ascensão profissional dos executivos lotados neste departamento: Seria pela sua capacidade de corromper agentes públicos, o que facilitaria os ganhos da empresa, através de licitações fraudulentas? Não se sabe ao certo. Certo mesmo é que os critérios de avaliação de suas capacidades deveriam seguir caminhos igualmente nebulosos. Menciono alguns desses apelidos, já pedindo permissão ao leitores para não identificar os políticos a eles associados. Nesses tempos de insegurança jurídica, vai que não se encontre um juiz com a mesma lucidez, convicções democráticas e espírito republicano pela frente... 
Abelha, Acelerado, Aço, Anão, Alemão, Gremista, Amante, Amarelou, Amigo, Angorá, Aracaju, Aspirina, Atravessador, Avião, Azeitona, Babão, Babel, Baianinho, Baixada, Balzac, Barbie, Barrigudo, Bateria, Belém, Bitelo, Biscoito, BMW, Boca Mole, Bocão, Botafogo, Brigão, Bruto, Caim, Caju, Candomblé, Caldo, Campari, Caranguejo, Castor, Cerrado, Chorão, Cobra, Colorido, Comuna, Decrépito, Dengo, Dentuço, Do Reino, Drácula, Duro, Escritor, Esquálido, Lindinho, Filósofo, Fodinha, Goleiro, Gripe, Guerrilheiro, Igreja, Índio, Inferno, Itacaré, Italiano, Jacaré, Jangada, Jujuba, Lagarto, Maçaranduba, Menino da Floresta, Mercedez, Moleza, Navalha, Nervozinho, Padre, Paris, Patati, Pavão, Pescador, Rio, Roberval Taylor, Roxinho, Sapato, Soneca, Trincaferro, Tuco, Verdinho, Vizinho, Wanda.
 
 

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