pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Que domingo, leitores!
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domingo, 10 de junho de 2018

Editorial: Que domingo, leitores!


 
 
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Salva este domingo, leitor, talvez um passeio com as crianças ao parque, torcendo para não ser vítima de algum ato de violência. No campo da política, apenas notícias ruins, com nossa democracia caindo pelo despenhadeiro. Esvaindo-se as chances de soerguê-la, porque as forças do retrocesso expõem, cada vez mais, o poder de sua musculatura e contam, pasmem, com o concurso de estratégias equivocadas pelo lado das forças do campo popular e progressista. Nosso maior capital eleitoral encontra-se encarcerado, com mínimas chances de viabilizar-se como candidato, conforme já afirmamos por aqui. Na província pernambucana, a informação de que a Executiva Nacional do PT lançou uma resolução que se constitui mais uma ducha fria na construção de uma candidatura própria, soberana, independente, que pudesse, de fato, permitir que os eleitores do Estado tivessem uma opção republicana de voto, para além de uma briga intestina entre velhas e atrasadas oligarquias que infernizam nosso cenário político há décadas.  

Em artigo publicado no Le Monde, durante a semana, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirma seu desejo de disputar as eleições presidenciais de 2018. Só não entra no páreo por alguma fatalidade. Setores do partido até esboçam a possibilidade de construir outras alternativas a Lula, mas não passam de esboços, como é o caso das pré-candidaturas do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e do ex-ministro Patrus Ananias. A convicção de que Lula será o candidato é tanta que o nome do vice da chapa já estaria em negociação com comunistas e socialistas, seja lá o que isto significa hoje. Com Lula encarcerado, é curioso observar que, quando esses nomes começam a ser trabalhados, logo o outro lado - o lado da engrenagem golpista - inicia as manobras com o propósito de fustigá-los. Patrus nem tanto, mas Haddad já sente os efeitos das práticas assediativas, com o objetivo de desgastá-lo. Seria muito ingênuo imaginar que os golpistas iriam soltar Lula para ele vencer as eleições presidenciais de outubro próximo, como sugerem alguns idealistas petistas. A engrenagem autoritária ainda mói, há algumas etapas pela frente, e, num arremedo de democracia como o nosso, eles certamente não devolveriam o poder às forças do campo progressista assim tão facilmente.
 
Talvez arremedo seja um termo que não dá conta do momento atual enfrentado por nossas combalidas instituições democráticas. A engrenagem autoritária  nos atiraram num pântano, com água à altura do pescoço, cercado de serpentes veneosas e bem distante da terra firme. Um presidente acossado, profundamente desgastado, impopular, com índices altíssimos de desaprovação e encrencado com a justiça; Soberania e riquezas nacionais ameaçadas e entregues ao capital estrangeiro; perspectivas sombrias de recrudescimento do golpe parlamentar de 2016; O Estado completamente a serviço dos interesses do capital e uma população que vive precariamente, sem o respeito aos seus direitos e garantias individuais ou coletivas, amargando índices estratosféricos de desemprego. Neste cenário, não surpreende que, com Lula fora do páreo, haja uma ascensão dos oportunistas de turno, com plataformas  esdrúxulas e exóticas, capazes de nos conduzir precipício abaixo. Não recordo de ter vivido uma crise dessas dimensões. Poucas coisas, como disse, se salvam neste domingo, leitor.

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