José Luiz Gomes
Nesses tempos difíceis que enfrentamos - que alia grave crise econômica e institucional - encontrar motivos que nos façam chegar em casa felizes não tem sido uma tarefa das mais simples. São os constantes engarrafamentos no trânsito; são aquelas cenas deprimentes de um contingente de pessoas, cada vez mais expressivo, residindo nas ruas; jovens adolescentes - que deveriam estar nas escolas - vendendo água mineral e pipocas pelas ruas do Recife. Muito improvável mesmo, leitor, que você chegue em casa com aquele sorriso largo no rosto, beije sua esposa e abrace seus filhos, numa atitude natural, prazeirosa, sem aqueles ritos impostos pelas boas regras de convivência social ou afetiva. Não sei se é este o teu caso, mas sou um marido colecionador de papéis velhos, o que nos impõem uma reserva de atenção ainda maior, para convencer a esposa a nos permitir, ser guardada num lugar especial da estante, como diz o Luiz Fernando Veríssimo, aquela meia usada pelo Cafuringa - jogada na arquibancada e pega por este torcedor - num jogo decisivo entre o Flamengo e o Fluminense.
Mesmo com o advento da internet, sou um incorrigível colecionador de papéis velhos. Há alguns anos, como ossos do ofício, precisei pesquisar e escrever sobre diversos temas envolvendo a cultura regional. Um belo dia, nos deparamos com uma quantidade expressiva desses escritos e nos perguntamos o que fazer com ele. Foi aí que nos surgiu a ideia de criarmos um site de pesquisa escolar onde seria possível disponibilizarmos esse material para a ajudar a rapaziada em suas pesquisas escolares. O site assumiu um perfil um pouco distinto, na medida em que acabamos publicando ali algumas críticas de exposições, entrevistas, pareceres, artigos, crônicas e alguns trabalhos de pesquisas mais extensos. Se, por um lado, o site apresentava alguns aspectos incomuns aos tradicionais sites de pesquisa escolar - com alguns diferenciais, portanto - por outro lado, isso poderia contribuir para criar um problema de identidade, com alguns contornos de posicionamentos políticos que, possivelmente, geraria algumas arestas com o "outro" lado.
Mesmo
assim, o site foi mantido no ar, exigindo uma reflexão mais apurada sobre o seu conteúdo e, até mesmo, uma
atualização mais sistemática - o que ainda não foi realizada - pois acabamos por dar prioridade ao este
blog de política. Descobri que não é assim tão simples manter dois blogs,
sobretudo com os padrões de exigências de ambos. A manutenção da audiência de um
blog, entre outros fatores, está diretamente relacioanda à sua atualização.
Quando saímos de férias, por exemplo, essa audiência cai sensivelmente, pois não mantemos o mesmo padrão de publicações. Mas
agora, leitor, quero compartilhar contigo um desses momentos raros de
felicidade. Ontem, ao abrir a caixa de e-mail, recebo uma mensagem de uma
menina que, pela sinceridade do texto - crianças ainda não são contaminadas com as falsidades dos adultos - não deve ter mais do que 10 anos de
idade, a idade de nossa caçulinha, Maria Luísa, que aparece na foto acima, ao lado do irmãozinho.
Samantha, este é o nome dela, nos informa que, a partir de um texto do Pesquisa Escolar do Nordeste, obteve a nota dez numa atividade escolar e, como agradecimento, envia-nos um monte de beijos. Fiquei muito feliz com a sua mensagem Samantha, dedico a crônica de hoje a você, minha querida, cuja sinceridade nos ajudam a superar esses dias bicudos, de tamanha intolerância, onde sua professora, confessa ainda Samantha, deu a nota máxima, mas não deixou de resmungar, possivelmente por não concordar com algum posicionamento do texto, o que a criança não entendeu muito bem. Deixa isso para lá, Samantha. Deve ser uma dessas "coxinhas". Abraços fraternais.
Samantha, este é o nome dela, nos informa que, a partir de um texto do Pesquisa Escolar do Nordeste, obteve a nota dez numa atividade escolar e, como agradecimento, envia-nos um monte de beijos. Fiquei muito feliz com a sua mensagem Samantha, dedico a crônica de hoje a você, minha querida, cuja sinceridade nos ajudam a superar esses dias bicudos, de tamanha intolerância, onde sua professora, confessa ainda Samantha, deu a nota máxima, mas não deixou de resmungar, possivelmente por não concordar com algum posicionamento do texto, o que a criança não entendeu muito bem. Deixa isso para lá, Samantha. Deve ser uma dessas "coxinhas". Abraços fraternais.
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