pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: A roupa suja da política pernambucana
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quinta-feira, 14 de junho de 2018

Editorial: A roupa suja da política pernambucana

 
Resultado de imagem para Marília Arraes em campanha
 
Não faz muito tempo, publicamos por aqui um artigo do cientista político e professor titular da Universidade Federal de Pernambuco, Michel Zaidan Filho, onde ele aponta as graves contradições e equívocos de alguns atores da política pernambucana. Inclua-se nesse cipoal, os atores coletivos como os partidos políticos. Mesmo ainda na chamada pré-campanha, esses equívocos, erros de avaliação e contradições começam aparecer, como agora, na troca de farpas e acusações entre integrantes do governo e da oposição, indicando prognósticos sombrios sobre o nível dos "debates" daqui para frente. É no que dá juntar alhos com bugalhos, não se separar devidamente o joio do trigo, diria um clarividente Zaidan. Esta aliança que o PT fomenta com os socialistas é descabida, inoportuna, imprevidente e imoral, uma jogada de alto risco, fadada a um rotundo fracasso. Rifa seus últimos resíduos republicanos, ao aliar-se com um partido que esteve no epicentro do engendramento golpista que culminou com o afastamento da presidente Dilma Rousseff da Presidência da República, numa urdidura forjada, sem base jurídica consistente.  
 
É espantoso como líderes petistas locais já falam do sepultamento da candidatura de Marília Arraes com a maior naturalidade: depois da última resolução da Executiva Nacional - que deliberou por priorizar a aliança nacional com o PSB - a postulação de Marília está por um fio. Outro dia um colega de trabalho estava a nos perguntar como o senador Armando Monteiro havia se juntado a essa "gente". Faz algum sentido porque, afinal, Armando Monteiro(PTB) foi muito ajudado pelo PT aqui na província, tornando-se, depois, ministro da ex-presidente Dilma Rousseff. O DNA e as últimas atitudes do senador, no entanto, podem nos indicar que ele estaria voltando às suas verdadeiras origens. Quando o escolheu para disputar uma das vagas ao Senado Federal, naquelas eleições de 2012, o ex-governador Eduardo Campos fazia questão de enfatizar que ele representava os interesses do capital na composição. Pertence a uma das mais tradicionais oligarquias industriais do Estado. A rigor, possivelmente, nunca se sentiu muito à vontade na conjunto de forças da coalizão petista. Em matérias cruciais, quando, por exemplo, da votação da Reforma Trabalhista, isso parece ter ficado claro.

Mas, dilemas maiores ainda serão enfrentados pelo pessoal da chapa governista, caso se concretize a tal aliança PT/PSB, que estaria por um fio de cabelo. Como seria a convivência do senador Humberto Costa com arqui-inimigos petistas e golpistas contumazes? Numa declaração recente - pivô de um barraco político - um dos principais avalistas da chapa, ex-governador e atual Deputado Federal, afirmou que não teria nenhum problema em pedir votos para reeleger o senador petista. Um dos seus críticos, disse tratar-se de falta de vergonha na cara, uma absoluta incoerência. As "respostas" ao seu crítico, seja proferida pelo ofendido ou por um preposto seu, veio com argumentos no mesmo nível. Afirmaram que ele troca de partido como quem troca de cuecas, numa alusão à sua recente dança de cadeira.

Esse barraco político ocorre ainda na fase da pré-campanha, como disse antes, sem que as chapas sequer estejam fechadas. A oposição está em stand by, aguardando as inevitáveis defecções na base política que dá sustentação ao Governo Paulo Câmara(PSB). Vale aqui o preceito bíblico: Muitos são os chamados, pouco os escolhidos. O clã Ferreira e o grupo de Deputado Federal Eduardo da Fonte, disputam espaços na chapa. O PT entraria na composição governista - sob a chancela de sua Executiva Nacional, vale dizer Lula - na condição de que uma das disputas ao Senado seja destinada a renovar o mandato do senador Humberto Costa(PT). Aos eleitores pernambucano - que como disse em outro editorial - não terá uma opção de voto republicano nesse pleito, restará suportar este balaio de gatos se digladiando nos horários eleitorais, sujos falando de mal lavados, num espetáculo degradante daquilo que se tornou a nossa política. E essa turma ainda reclama do desencanto do eleitorado com o próximo pleito.  



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