José Luiz Gomes
Arnaldo, o comendador da confraria, já nos enviou, via WhatsApp, uma agenda de compromissos para os próximos meses. A mensagem chega num dia chuvoso, depois de um jogo da seleção brasileira, numa rede de varanda, ambiente bem propício, portanto, para um relaxamento. Mesmo assim, um desses compromissos despertaram ótimas recordações, como uma agenda para o Vale do Paraíso, agora em agosto, quando o frio no brejo paraibano é de trincar os dentes. A sorte nossa é que existem boas cachaças para suportar essas intempéries, como a Triunfo, a Rainha, a Volúpia, esta última vencedora de alguns concursos como a melhor caninha branca do Brasil. O Vale do Paraíso é, de fato, um paraíso. Um hotel fazenda com infraestrutura excepcional, localizado num alto de um penhasco, com uma vista maravilhosa para um vale cinematográfico. Contemplar essa paisagem, logo cedinho, depois de um café da manhã típico do Brejo, com cuscuz, queijo coalho, mel de engenho e um café forte, não tem preço. Bate aquela inspiração para pegar um 4X4 e seguir a trilha para a cachoeira do Roncador, que, nesta época do ano, tem uma vasão de água de bom volume.
No caminho, uma parada obrigatório no Restaurante da Inês, onde se mata um capão escolhido ali, na hora, ainda ciscando no terreiro, exercendo seu domínio sobre o harém de galinhas. Espera-se um pouco, mas o que vem depois compensa bastante qualquer espera. Até o sangue do infeliz é tomado, através de uma tradicional cabidela, despejada sobre um feijão verde com bastante quiabos e farinha da terra. À tarde, um passeio brejeiro, percorrendo todas as cidades do circuito do frio, pernoitando numa pousada em Serraria, na realidade, um antigo engenho desativado, dos tempos do apogeu do ciclo da cana-de-açúcar. Sem Wi-FI, rádio e sem notícias da terra civilizada, como sugere o cancioneiro.
Ali, a piscina é de uma fonte natural, a comida é feita num tradicional fogão de lenha, tudo consoante os bons manuais de convivência com a natureza. No dia seguinte, acordar com o canto dos canários da terra, sanhaços, cardeais, pegar a vara de pescar de bambu e correr para o açude ali existente, pescar tambaquis, tilápias, traíras. Bons dias aguardam pela confraria. Na tarde deste dia, ainda, conforme decisão do Arnaldo - que não se contesta - a turma toda desce para Alagoa Grande, a terra do grande Jackson do Pandeiro, para prestar-lhes uma homenagem, com voz e violão do Paulinho. Afinal, Paulinho, buraco velho tem cobra dentro. Salve Jackson do Pandeiro.
Zum zum zum, zum zum zum
Capoeira mata um
Zum zum zum, zum zum zum
Capoeira mata um
Samba que balança é bom
Samba que balança não cai
O meu samba tem que ser no tom
A pedido do meu pai (BIS)
Salve a Bahia iô iô
Salve a Bahia iá iá
Quem não sabe jogar capoeira
Berimbau vai lhe ensinar
Valha-me Deus o Senhor São Bento
Buraco velho tem cobra dentro
Valha-me Deus o Senhor São Bento
Buraco velho tem cobra dentro
(Capoeira Mata Um, de Jackson do Pandeiro)
Ali, a piscina é de uma fonte natural, a comida é feita num tradicional fogão de lenha, tudo consoante os bons manuais de convivência com a natureza. No dia seguinte, acordar com o canto dos canários da terra, sanhaços, cardeais, pegar a vara de pescar de bambu e correr para o açude ali existente, pescar tambaquis, tilápias, traíras. Bons dias aguardam pela confraria. Na tarde deste dia, ainda, conforme decisão do Arnaldo - que não se contesta - a turma toda desce para Alagoa Grande, a terra do grande Jackson do Pandeiro, para prestar-lhes uma homenagem, com voz e violão do Paulinho. Afinal, Paulinho, buraco velho tem cobra dentro. Salve Jackson do Pandeiro.
Zum zum zum, zum zum zum
Capoeira mata um
Zum zum zum, zum zum zum
Capoeira mata um
Samba que balança é bom
O meu samba tem que ser no tom
A pedido do meu pai (BIS)
Salve a Bahia iô iô
Salve a Bahia iá iá
Quem não sabe jogar capoeira
Berimbau vai lhe ensinar
Valha-me Deus o Senhor São Bento
Buraco velho tem cobra dentro
Valha-me Deus o Senhor São Bento
Buraco velho tem cobra dentro
(Capoeira Mata Um, de Jackson do Pandeiro)
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